A melhor opção para os produtores reduzirem as perdas de água, sedimentos e nutrientes via erosão hídrica, é monitorar a taxa de infiltração (TI) de água no solo. Além disso, a TI ajuda-os a lidar com o aquecimento global e as variações climáticas que o mundo vem sofrendo. Pois, esse fenômeno permite que a água da chuva seja armazenada no solo para utilização posterior das culturas e também para o abastecimento do lençol freático, permitindo a perenidade dos rios.
Ou seja, monitorar a TI é essencial para aumentar a eficiência do uso da água precipitada, diminuir o impacto da seca, aumentar as fibras das culturas e servir como combustível para a bioenergia.
Mas, como fazer esse monitoramento? E quais os benefícios e desafios da taxa de infiltração na agricultura? Vamos responder essas e outras perguntas no artigo abaixo. Boa leitura!
O que é a taxa de infiltração de água no solo?
A taxa de infiltração (TI) é a parte da água infiltrada no solo por unidade de tempo. Medida em milímetro por hora (mm/h), ela é essencial para reduzir as perdas de água da agricultura, sedimentos e nutrientes por causa da erosão hídrica.
Inclusive, a infiltração é um processo do ciclo hidrológico fundamental para a agricultura, manejo de bacias hidrográficas e hidrologia. Ou seja, ter um alto índice de infiltração de água no solo quer dizer que o produtor pode aumentar a eficiência do uso da água precipitada na produção agrícola, diminuindo o impacto da seca e garantindo mais fibras e bioenergia para sua lavoura.
Nesse sentido, a TI pode ser influenciada por vários fatores, como:
- Cobertura com vegetação ou palhada;
- Textura;
- Porosidade;
- Densidade;
- Rugosidade superficial;
- Teor de carbono orgânico;
- Conteúdo de água;
- Estabilidade dos agregados do solo.
Lembrando que, a infiltração de água pode acontecer pela matriz do solo ou por fluxos preferenciais. Sendo a primeira um fluxo lento de água e solutos pelo espaço poroso entre as partículas sólidas que formam o solo. E, a segunda, ao movimento físico da água e solutos em poros contínuos formados no perfil do solo, sem utilizar os poros da matriz do solo.
Nesse contexto, modelos de produção que utilizam culturas com elevado crescimento de raízes ajudam a maximizar a TI. Pois, formam-se poros contínuos após a decomposição das raízes, aumentando, assim, o fluxo preferencial e a matéria orgânica do solo.
Por que é importante monitorar a taxa de infiltração de água no solo?
Como falamos acima, o monitoramento da infiltração de água no solo é fundamental para avaliar a estrutura do solo, como utilizar esse benefício de forma responsável a favor do agronegócio e também como esse fenômeno pode garantir uma vantagem sobre as mudanças climáticas.
Contudo, fazer esse monitoramento, na prática, e obter a TI é essencial para a aplicação de técnica de manejo de irrigação. Pois, para fazer o monitoramento é preciso usar lisímetros, que são recipientes colocados no solo para medir a quantidade de água infiltrada. E, outra técnica mais tecnológica é usar sensores de umidade do solo que fornecem informações em tempo real sobre a infiltração de água.
Ou seja, para ter os benefícios de uma taxa de infiltração alta é necessário medi-la e isso requer investimento, independente da técnica. Contudo, contar com as ferramentas tecnológicas oferece um comodismo maior, uma exatidão nos dados, agilidade e também assertividade nas decisões.
Qual o valor ideal da TI?
De acordo com a Embrapa Soja, em solo com textura muito argilosa, cultivado em Sistema Plantio Direto consolidado, constatou-se que a TI estável do solo após quatro anos de sucessão soja/milho segunda safra foi de 33 mm/h. Enquanto, da sucessão soja/braquiária ruziziensis foi de 52 mm/h.
Ou seja, a cobertura de outono/inverno com ruziziensis proporcionou maior produção de raízes, incrementando o fluxo preferencial. Além disso, ela produz maior quantidade de palha na superfície, que também contribui para aumentar a TI.
Agora, no tratamento soja/pousio, ainda segundo estudos da Embrapa Soja, a TI estável foi de 16 mm/h, o que representa um valor extremamente baixo, aumentando o risco de erosão e reduzindo a eficiência do uso da água na produção agrícola.
Nesse contexto, é clara a contribuição de espécies com crescimento vigoroso de raízes e alta produção de biomassa no aumento da TI. Desse modo, a taxa de infiltração de água no solo ideal vai variar de acordo com a cultura, porém, como dito acima, o plantio de culturas que produzem mais raízes ajuda no baixo desempenho da erosão no solo e ainda produzem matéria orgânica que é benéfica para a cultura principal.
Quais os benefícios de monitorar a taxa de infiltração de água no solo?
Além de benefícios para o ambiente e para a sociedade, a infiltração de água no solo, oferece:
- Melhora da qualidade da água, pois a infiltração funciona como um filtro natural;
- Reabastecimento de aquíferos subterrâneos;
- Controle de enchentes, pois a TI ajuda a reduzir o escoamento superficial, absorvendo a água pelo solo;
- Manutenção da umidade do solo sendo essencial para os tempos de seca,
- Preservação da biodiversidade, pois fornece água para os ecossistemas terrestres.
Quais os desafios de monitorar a taxa de infiltração de água no solo?
Alguns dos principais desafios são:
- Erosão do solo devido a uma infiltração excessiva, causando perda de nutrientes e a fertilidade do solo;
- Contaminação dos aquíferos, o que compromete a qualidade da água doce;
- Alterações climáticas severas;
- Falta de investimento em técnicas para fazer o monitoramento, tanto da irrigação, quanto da TI.
Portanto, monitorar a taxa de infiltração de água no solo é um benefício natural, porém seus desafios são relevantes, pois é necessário o uso de técnicas e tecnologias para uma melhor gestão desse recurso.
Entretanto, colocando na ponta do lápis, os benefícios valem mais do que o investimento, até porque, o mesmo se pulveriza em outros recursos que podem levar a sua plantação a um outro patamar.
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