A agricultura e as condições climáticas devem andar juntas para determinação do sucesso das colheitas. Pois, o clima afeta variáveis vitais para os plantios, como temperatura, umidade e padrões de chuva.
Diante disso, é essencial para os agricultores conhecerem as previsões climáticas e estarem preparados e bem informados para a temporada de plantio de 2023. Até porque, é preciso tomar decisões estratégicas que otimizem a produção agrícola diante do que o clima nos tem a dizer.
Pensando nisso, abaixo preparamos um material completo sobre as previsões climáticas para a temporada de plantio 2023. Assim, produtor, fica mais fácil de se preparar para o maior plantio das suas terras.
Boa leitura!
Quais são as previsões climáticas para a temporada de plantio 2023?
De acordo com o Centro de Previsão do Clima (CPC), vinculado ao Serviço Nacional de Meteorologia da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos, estima-se uma probabilidade de mais de 95% de que o padrão climático El Niño persista até março de 2024.
Ou seja, esse fenômeno meteorológico caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical, em decorrência do enfraquecimento dos ventos alísios, pode trazer ao Brasil, excesso ou falta de chuvas e temperaturas acima da média.
Isso quer dizer que as previsões climáticas para a temporada de plantio 2023 não são nada favoráveis. Pois, as chuvas podem ser bastante instáveis, principalmente na região do Cerrado e pode ocorrer também períodos de estiagens longas que podem prejudicar o tempo de semeadura.
Nos últimos 30 anos, o Brasil já enfrentou dois El Niños, um na safra 1997/98 e outro em 2015/16. Por isso, o alerta para o monitoramento do tempo é necessário, já que as previsões trazem instabilidade no clima.
Diferente do Cerrado, no Sul, devido a alta umidade, o início do cultivo pode ser tranquilo. Porém, devido às altas temperaturas no inverno é possível o desenvolvimento de doenças comuns deste período.
Já na região Sudeste, a plantação de café pode ter mudado para a primeira quinzena de setembro, devido às chuvas de agosto e caso a temperatura volte a subir, como está acontecendo, há a probabilidade de ocorrer abortamento do café.
Na região Centro-Sul, onde há o plantio de cana-de-açúcar, as chuvas estão favorecendo o desenvolvimento da safra.
Quais os impactos das previsões no Planejamento Agrícola?
Antes de terminar a safra de 2022/2023, os produtores já começam a planejar a próxima. Chamado de Planejamento Agrícola é nesse período entre safras que se observa tudo o que aconteceu na safra passadas e nas antigas e aplica técnicas e manejos diferentes para obtenção de uma maior qualidade e produtividade do plantio.
Nesse sentido, o Planejamento Agrícola é um norte para a próxima safra e tudo pode mudar por causa das previsões climáticas. Pois, por exemplo, não adianta plantar arroz em um local onde as temperaturas estarão excessivamente baixas ou altas, visto que a cultura não suporta os extremos climáticos.
Além disso, antes de qualquer investimento é necessário que os produtores tenham em mãos o calendário agrícola para levar a produção adiante. Este material é um documento nacional publicado pelo Ministério da Agricultura por meio do Conab e entre as informações disponibilizadas estão:
- Precipitação anual;
- Ciclos chuvosos;
- Velocidade do vento;
- Variação de temperatura;
- Umidade do ar;
- Épocas corretas de plantio e colheita das principais culturas produzidas em cada região e zoneamento agrícola.
Ou seja, com esses dados fica mais fácil fazer o Planejamento Agrícola e se sentir mais preparado para as previsões climáticas da temporada. Dessa forma, para 2023 é necessário que os produtores invistam em técnicas para conter as chuvas fortes abundantes, técnicas de irrigação para secas prolongadas e claro, manejo para as doenças e pragas que se proliferam nesses períodos climáticos.
Estratégias de preparação para condições climáticas variáveis
Bom para ajudar os produtores a passarem por essas previsões climáticas para a temporada de plantio 2023, abaixo separamos práticas e técnicas para se adaptar às possíveis variações no clima durante a temporada de plantio.
São elas:
- Seguir as recomendações do governo sobre tempo de semeadura e colheita;
- Entender muito bem do perfil do solo da sua lavoura para criar boas condições para superar o veranico;
- Avaliar as estratégias disponíveis de acordo com as recomendações agronômicas para proteger as plantas contra as altas temperaturas;
- Utilizar as tecnologias de monitoramento;
- Investir em técnicas da Agricultura de Precisão;
- Adotar um sistema de irrigação sustentável e inteligente, que utilize apenas o necessário de água, para não se tornar refém do clima;
- Fazer o plantio de culturas de cobertura para prevenir a erosão do solo;
- Investir no plantio direto que é uma prática de manejo de campo com nenhum ou mínimo distúrbio do solo. Desse modo, essa técnica evita a erosão do solo e promove o sequestro de carbono, o que é benéfico em relação às mudanças climáticas e à agricultura.
Como o uso da tecnologia pode ajudar na monitorização do clima?
A tecnologia pode ser uma aliada crucial na obtenção de dados climáticos em tempo real e isso pode ajudar e muito os produtores a tomada de decisões mais ágeis e assertivas. Ou seja, com o uso de ferramentas tecnológicas nas lavouras é possível ter uma vantagem sobre as mudanças climáticas a fim de proteger o plantio.
Desse modo, investir em drones, sensores e parcerias com empresas de coleta e análise de dados agrícolas é o caminho para se preparar para as previsões da temporada. Pois, com esses dados em mãos é mais prático e rápido tomar as decisões necessárias para garantir uma boa qualidade e produtividade da safra.
Além disso, o monitoramento feito pelas ferramentas tecnológicas garantem uma redução de custos desde o uso de insumos e perdas no cultivo e na colheita.
Nesse sentido, investir em tecnologia pode ser o caminho para conhecer todas as vulnerabilidades da sua lavoura, cultivo e cultura e assim, corrigir esses pontos, além de se preparar com maiores informações para as mudanças climáticas que podem ser imprevisíveis.
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Experiências e casos de sucesso: como outros produtores já lidaram com um cenário de imprevisibilidade climática?
Como falamos acima, o Brasil já enfrentou previsões climáticas parecidas em outros momentos e por isso, há vários exemplos de agricultores e comunidades que implementaram estratégias eficazes de adaptação às condições climáticas variáveis.
Abaixo separamos alguns, confira!
Integração lavoura, pecuária e floresta
Uma opção que ajuda os produtores, o meio ambiente e a pecuária é focar nos sistemas integrados que combinam essas quatro possibilidades: lavoura e pecuária (ILP), lavoura e floresta (ILF), pecuária e floresta (IPF) ou as três opções juntas (ILPF).
Segundo a Embrapa, os sistemas integrados produzem alimentos, energia, fibras, madeira e produtos florestais não-madeireiros em uma mesma área, ao mesmo tempo ou em rotação.
Além disso, essa integração melhora o microclima local, reduz a temperatura local, aumenta a precipitação e a disponibilidade de água, reduz a erosão do solo e diminui a força dos impactos de eventos extremos nas lavouras. Ou seja, é possível melhorar a produtividade e ainda obter benefícios socioeconômicos.
Sistema agroflorestal
Agroflorestas integram árvores e lavouras em um desenho intencional. Ou seja, cada planta tem seu próprio propósito e várias espécies são selecionadas para não competir entre si, mas colaborar.
Desse modo, os produtores que optam pela agrofloresta produzem o ano todo, porém variedades diferentes.
Assim, como tudo é intencionalmente pensado, os sistemas agroflorestais ajudam na adaptação da agricultura às mudanças climáticas, incluindo a redução de impacto de cinco tipos de eventos extremos: secas, ondas de calor, ondas de frio, chuva intensa e desastres naturais. Além disso, esse sistema melhora a qualidade do solo, a disponibilidade de água, atrai polinizadores e melhora a biodiversidade.
Portanto, nessa luta entre clima e agricultura, é necessário se preparar e fazer as pazes com as mudanças climáticas. Pois, é melhor ter um amigo do que um vilão. Mas para isso, é preciso conhecer sua lavoura, as melhores práticas de agricultura e manejo, contar com a tecnologia para tomar decisões mais assertivas e claro, ficar de olho nas previsões climáticas para a temporada de plantio 2023.
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