Calagem: Benefícios, Aplicação, Classificação e Cálculo

Descubra os benefícios da calagem e muito mais!

Qual a importância da Calagem? Você sabia que esse é um procedimento bastante comum, mas nem todos sabem por que é necessário.

Assim como outros tipos de solos, o solo do Cerrado por ser considerado antigo, sofreu muito com a ação dos agentes intempéricos como o clima, água e o vento.

Essas ações resultaram no perfil do solo que temos hoje nessa região. Por conta disso, o solo do Cerrado é naturalmente ácido, ou seja, seu pH é baixo causando efeitos negativos na planta que prejudicam o desenvolver da safra e consequentemente o rendimento final.

Figura 1 – Mapa de Fertilidade do Brasil. Fonte: Embrapa. Acesso: 15 jul. 2020.
Figura 1 – Mapa de Fertilidade do Brasil. Fonte: Embrapa. Acesso: 15 jul. 2020.

Pensando em como contornar esse problema, foi desenvolvida a técnica de Calagem, que na teoria é o procedimento utilizado para corrigir o pH do solo, mantendo-o em níveis adequados para que a planta encontre na solução do solo todos os nutrientes necessários para que ela se desenvolva da maneira esperada.

Mas afinal, quais são os benefícios da calagem?

A calagem traz muitos benefícios quando utilizada corretamente, lembrando que neste ponto seguimos o pensado que nada em excesso é benéfico. Dentro dos principais benefícios da calagem que podemos citar estão:

 • Elevar o pH eliminando a acidez do solo;

 • Fornecer suprimento de cálcio e magnésio para as plantas;

 • Favorecer o desenvolvimento radicular;

• Proporcionar o desenvolvimento de microrganismos que liberam nitrogênio, fósforo e enxofre a partir da degradação da matéria orgânica;

• Favorecimento do pico de atividade no pH 6,0 e 6,2 das bactérias fixadoras de nitrogênio, na cultura da soja, por exemplo;

Sem dúvida a calagem é uma ótima opção e por isso é tão largamente utilizada pelos produtores rurais, porém não se pode esquecer que uma calagem mal feita e ou calculada, irá trazer efeitos negativos que são indesejados. Um destes principais efeitos negativos é alterar a disponibilidade dos nutrientes presentes no solo para a planta. Então vale sempre lembrar: consulte sempre um Engenheiro Agrônomo para evitar surpresas indesejadas no percurso de sua safra.

Figura 2 – Aplicação de Calcário. Fonte: Embrapa/Giovani Faé. Acesso: 15 jul. 2020. Calagem
Figura 2 – Aplicação de Calcário. Fonte: Embrapa/Giovani Faé. Acesso: 15 jul. 2020.

Para realizar uma boa aplicação devemos nos preocupar não apenas com a quantidade ideal, mas também com o tempo correto de aplicação. Na maioria dos casos, o recomendado para que haja uma boa aplicação, é de 2 a 3 meses antes de iniciar o plantio, assim o solo terá tempo suficiente de incorporar o calcário e iniciar os benefícios que citamos anteriormente. 

Um ponto de atenção para essa etapa é o clima. O calcário é aplicado em pó, então é necessário estar atento com os ventos, que para uma aplicação adequada, devem estar fracos e pouco intensos para evitar que se espalhe indevidamente o calcário e não ocorra perdas e desuniformidade.

Outro fator para ficar atento é com a chuva. Através de previsões agro meteorológicas, você tem condições de saber se irá chover no dia seguinte da aplicação. Se sim, dê preferência para estes períodos, pois a água auxilia na incorporação do calcário do solo atenuando seus efeitos. Por isso fique sempre atento as ferramentas que auxiliam na previsão do tempo como Apps e plataformas pagas de empresas especializadas na previsão do clima.

O calcário, levando em consideração sua composição química, possui uma forma de classificação a partir do PNRT (Poder Relativo de Neutralização Total). Levando isso em consideração, lembramos que PRNT e a quantidade de aplicação são inversamente proporcionais, ou seja, quanto maior o PRNT do calcário aplicado, menor a quantidade necessária para a aplicação.

Para o PRNT, são classificados em 4 tipos: Tipo A, B, C e D com PRNT respectivamente 45 – 60%, 60,1% – 75%, 75,1% – 90%, valores acima de 90%.

Pensando na composição química, eles são classificados como calcítico para quando a relação Ca/Mg é estreita sendo o Mg em níveis altos e maior que o Ca, magnesiano com Ca e Mg abaixo do nível alto independente da relação Ca/Mg e dolomítico com Ca no nível alto e Mg abaixo do nível alto sendo a relação Ca/Mg estreita.

Figura 3 – Calcário calcítico. Fonte: Calcário Botuverá. Acesso: 15 jul. 2020.
Figura 3 – Calcário calcítico. Fonte: Calcário Botuverá. Acesso: 15 jul. 2020.

 O cálculo para a quantidade correta de calcário é obtido por uma equação que facilita bastante todo o processo.   

Onde,

• NC: Necessidade de Calcário (t/ha);

 • V2: Saturação por bases desejada;

• V1: Saturação por bases atual;

• CTC: Capacidade de Troca Catiônica Total (Soma de Ca, Mg, K, Na, e H+Al).

O resultado irá indicar a quantidade em tonelada/ha que será necessário aplicar na área. 

Você já fez algum cálculo de recomendação de calagem?

Conta pra gente sua experiência!

Fiquem ligados para as novidades!!

Até a próxima!

Confira também: Cultivo no Cerrado: Técnicas e Cuidados

Fundador e Diretor Executivo da Sensix. Engenheiro Mecatrônico de formação e com vasta experiência no mercado de agricultura digital. Apaixonado por agricultura, drones e em fazer a diferença no mundo usando tecnologia.

2 Pings & Trackbacks

  1. Pingback: Calcário Filler – Saiba o que é e suas vantagens na correção do solo - Sensix Blog

  2. Pingback: Tudo o que você precisa saber sobre a calagem - Sensix Blog

One Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *