Leia a primeira parte do levantamento sobre as cooperativas agrícolas brasileiras: Acesse aqui.
Como destacado na primeira parte desse artigo, as cooperativas agrícolas são, mais do que nunca, essenciais para a economia do país. Isso porque produzem alimentos para milhões de pessoas, geram inúmeros empregos e ainda fortalecem o cooperativismo – sistema que existe oficialmente desde 1844, quando um grupo formado por 27 homens e uma mulher montou um armazém em Rochdale, no interior da Inglaterra.
Na ocasião, os participantes adquiriam alimentos em grande quantidade para obter preços melhores e, em seguida, dividiram igualmente as compras entre os membros do grupo. A iniciativa foi tão bem-sucedida que, após 12 anos, a Sociedade dos Probos de Rochdale já contava com 3.450 sócios.
No Brasil, o cooperativismo ganhou força no final do século XIX, principalmente nos estados de Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. De lá para cá, muita coisa mudou, mas a base do cooperativismo permanece a mesma, embora hoje o sistema tenha se tornado comum nas mais diversas áreas, como produção agrícola, crédito e transporte.
Suas características básicas incluem adesão voluntária e livre, gestão democrática, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação e formação, intercooperação e interesse pela comunidade.
A partir desses valores e do trabalho constante, 21 cooperativas agrícolas brasileiras cresceram ao ponto de aparecem na lista das 100 maiores empresas do agronegócio do país, divulgado pela Forbes. Na primeira parte do artigo, você conheceu 10 delas. Conheça, a seguir, as outras 11:
Cooper Alfa
Com produção de grãos, pecuária e insumos, a Cooperativa Agroindustrial Alfa conta com lojas, silos, supermercados, moegas, granjas, centros de distribuição, indústrias processadoras e até postos de combustíveis. Os números também surpreendem: 219 negócios, 20 mil produtores e, somente no ano passado, 22,4 milhões de sacas de cereais, 1,3 milhão de suínos, 103,8 milhões de aves e 143,5 milhões de litros de leite.
Faturamento: R$ 5.155 bilhões
Agrária
Com 632 produtores de soja, milho, trigo e criação de animais, a Agrária atua nos setores de malte para a indústria cervejeira, óleos e farelos, farinhas, nutrição animal, sementes e processados de milho, como grits, flakes, fubás, cremes e gérmen, além de comercializar suínos, leite e grãos produzidos pelos cooperados.
Faturamento: R$ 4,9 bilhões
Castrolanda
Bastante conhecida em todo o país, a Castrolanda é responsável por 12 marcas que processam produtos do campo de 1,1 mil cooperados, entre grandes produções e agricultura familiar. Recentemente, se uniu às cooperativas paranaenses Frísia e a Capal para criar uma holding destinada aos ganhos de escala. As três cooperativas para produtos em grãos e proteína animal somam 5,1 mil cooperados e já exportam para 25 países.
Faturamento: R$ 4,5 bilhões
Integrada Cooperativa Agroindustrial
No ano passado, a Integrada Cooperativa Agroindustrial deu mais um importante passo na sua história, ao ultrapassar a marca de 10 mil cooperados. Hoje a cooperativa conta com 64 unidades de recebimento de produtos agrícolas, em especial soja, milho, trigo, café e laranja. Também atua com assistência, pesquisa e toda uma gama de negócios construídos para dar suporte à produção, como beneficiamento, revenda de máquinas e unidades industriais de milho, suco de frutas e ração animal.
Faturamento: R$ 5,1 bilhões
Cooperativa Frísia
Com 95 anos de atuação, a Frísia é uma das cooperativas mais antigas do país e atua em quase 50 municípios. Somente no ano passado, produziu 253 milhões de litros de leite e 27,1 mil toneladas de carne suína. Já os cultivos chegaram a 122 mil hectares para soja, 23 mil hectares para milho, 36,5 mil hectares para o trigo e 5.600 hectares para o feijão. A cooperativa também é responsável pela marca Batavo, bastante conhecida em todo o país, sobretudo em grandes cidades.
Faturamento: R$ 3,7 bilhões
Frimesa
Cinco cooperativas que produzem carne suína e lácteos (Primato, Copagril, Lar, C.Vale e Copacol) se uniram e formaram a Frimesa, mesmo que também tenham permanecido com as suas estruturas independentes. Na Frimesa, as unidades industriais entregam cortes de carnes prontos para o consumo (bacon, hambúrgueres, empanados e lingüiças), frios (presuntos, copas e salames) e lácteos (leite, leite condensado, queijos, manteigas, iogurtes, achocolatados e sobremesas).
Faturamento: R$ 4 bilhões
Coopavel
Hoje a Coopavel está entre as maiores produtoras de frango e derivados. Soma 26 filiais instaladas em 17 municípios, tem mais de 5.370 associados e emprega 5.550 colaboradores diretos. Vende em todo o país e no exterior, em países como Holanda, Alemanha, Espanha, Ilhas Canárias, Inglaterra, Uruguai, Chile, Aruba, África do Sul, Croácia, Iraque, Catar, Bahrein, Japão, China, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos, Romênia e Macedônia.
Faturamento: R$ 3,47 bilhões
Cotrijal
Com 59 unidades de negócio destinadas à armazenagem de grãos e ao atendimento aos cooperados, 20 lojas e 10 supermercados, a Cotrijal atua nas atividades ligadas ao trigo e apoia a atividade leiteira.
Faturamento: R$ 2,4 bilhões
Coasul
Atualmente a Coasul engloba 10,3 mil cooperados e cerca de 3 mil funcionários. Somente em 2019, recebeu 11,8 milhões de sacas de grãos (6,7 milhões de sacas de soja, 3,6 milhões de sacas de milho e 1,5 milhão de sacas de trigo), além de produzir ração e operar um abatedouro de aves. A cooperativa tem infraestrutura própria de recebimento, secagem e armazenagem de cereais, sendo seus estabelecimentos distribuídos em 43 unidades entre armazéns, lojas e supermercados.
Faturamento: R$ 2,9 bilhões
Cotrisal
Criada em 1953, a Cotrisal soma 10.066 associados que se dedicam à produção de soja, milho e trigo. Dentre eles, 800 também investem na pecuária leiteira. Hoje emprega 1,4 mil funcionários e tem capacidade de armazenar 16 milhões de sacas de grãos em 41 unidades de recebimento. A estrutura da cooperativa inclui 29 lojas, 17 supermercados, um moinho de trigo, uma fábrica de rações e uma unidade de beneficiamento de sementes.
Faturamento: R$ 2,3 bilhões
Copagril
Com 5,4 mil cooperados, a Copagril dá suporte à criação e ao processamento de aves, suínos, leite e peixes. Sua estrutura conta com um abatedouro, duas fábricas de rações, unidade de matrizes e ovos férteis, 22 lojas, 17 unidades de recebimento de grãos, supermercados, postos de gasolina, lojas de máquinas e implementos, centros de distribuição, transportadora e uma estação experimental.
Faturamento: R$ 2,5 bilhões
Conclusão
As cooperativas brasileiras fornecem um apoio importante para os produtores rurais, principalmente os de pequeno porte e os pertencentes às atividades de agricultura familiar. Mas não é apenas para esse fim que se destinam os esforços do cooperativismo no Brasil, existem grandes grupos, como vimos nas duas partes desse artigo, que são responsáveis por impactos extremamente positivos na economia e não só pelo agronegócio mas pela indústria e também para uma cadeia de geração de empregos que impactam inúmeras famílias e toda a sociedade brasileira.
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