Agricultura de subsistência, em síntese é um modelo de produção e cultivo da terra que serve para prover alimentos exclusivamente para uma família ou grupo. Como o próprio nome diz, o objetivo é a subsistência de quem usa a terra para plantio.
Contudo, esse modelo, que existe e funciona há anos no Brasil vem passando por desafios, principalmente os jovens agricultores.
Desse modo, para saber como driblar os desafios e entender como a agricultura de subsistência funciona na prática, abaixo preparamos um conteúdo exclusivo. Boa leitura!
O que é agricultura de subsistência e como ela funciona?
Bom, como citamos acima, a agricultura de subsistência tem como finalidade prover o sustento próprio e familiar de quem cuida e planta nas terras. Ou seja, o intuito desse tipo de plantio é a produção de alimentos para suprir as necessidades das pessoas que vivem por ali, seja uma família ou comunidade.
Desse modo, o foco não é a comercialização dos produtos, mas sim para o consumo local. Além disso, a produção não é feita em larga escala para não haver desperdício e também para ter mais diversidade de alimentos.
É claro que, o produtor, se tiver um excedente pode trocar e negociar esses alimentos, mas a finalidade desse tipo de agricultura não visa lucros.
Aqui no Brasil esse tipo de cultivo é bastante comum e foi a partir dele que foram criados os grandes sistemas de produção de lavouras. Porém, nesses novos mercados, a finalidade é completamente comercial e não alimentar uma comunidade para a sua própria subsistência.
E, por causa disso e outros fatores, esse tipo de agricultura vem enfrentando vários desafios, pois sua variedade de produtos deve ser grande e por isso, eles usam o sistema de policulturas. O que demanda uma grande habilidade de técnicas de cultivo e a produtividade não é alta.
Isso quer dizer que, os gastos para manter vários manejos é grande, já que não há o uso de tecnologias para ajudar e o resultado final é em pequena escala, pois se planta apenas para subsistência.
Além disso, seus cultivos estão à mercê das condições climáticas e não tem-se uma cultura estratégica elaborada para plantio, o que gera perdas e prejuízos durante as safras.
Desse modo, a compostagem, o esterco e a mescla de cultivos são apenas algumas das técnicas utilizadas para garantir a fertilidade, qualidade do solo e controle de pragas e doenças. O que torna os alimentos mais naturais e o plantio mais sustentável.
Aqui no Brasil, a agricultura de subsistência é uma das principais formas de sustento de muitas famílias de agricultores pequenos e jovens. E, atualmente esse modelo está sendo adaptado aos centros urbanos, pois pequenos grupos de pessoas se juntam para cultivar hortas em áreas da cidade com fins de subsistência de suas famílias.
Desse modo, os produtos mais cultivados no país são o arroz, feijão, mandioca, hortaliças em geral, batata e frutas.
Quais são os principais desafios enfrentados pelos agricultores de subsistência no Brasil?
Na maioria dos casos, os brasileiros praticam a agricultura de subsistência não por alternativa, mas para ter o que comer em casa. Dessa forma, é mais uma questão social e de renda do que uma escolha.
Nesse sentido, várias comunidades se unem para produzir aquilo que é necessário para uma nutrição adequada. E, por isso, os agricultores enfrentam dificuldades, como a falta de acesso à educação, a conhecimentos técnicos, uso de tecnologias e práticas que podem ajudar e muito na produção.
E, mesmo que o mercado e as grande produções agrícolas vêem a agricultura de subsistência como contramão dos avanços conquistados, esse tipo de cultivo é uma realidade de muitos brasileiros e ainda se constitui como plantio sustentável.
Dessa forma, driblar esses desafios é uma forma de ajudar famílias, pequenas comunidades e preservar o meio ambiente.
Abaixo separamos os principais desafios enfrentados pela agricultura de subsistência e como esses avanços podem melhorar a situação do país. Confira!
Escassez de terras e acesso à terra
Sim, o principal desafio de famílias que necessitam da agricultura de subsistência para ter uma forma de alimentação em casa é a falta de terras para plantio. Muitas dessas terras antigamente eram cedidas por outros agricultores para sustento de pequenas comunidades carentes. Porém, atualmente o cenário é outro: a limitação de terras disponíveis para os agricultores de subsistência acontece por vários motivos como preconceitos ou concentração fundiária.
Infelizmente, esses agricultores não são os donos das terras, eles moram nas localidades e podem plantar ali, ou são alugadas ou cedidas. Entretanto, ainda existem muitas terras disponíveis que estão paradas por concentração fundiária e que poderiam ser usadas para esse tipo de agricultura.
O Governo Federal tem algumas leis que facilitam o uso de terras paradas para agricultores de subsistência, porém essa realidade ainda é pequena diante da grande malha agrícola que o país oferece.
Mudanças climáticas e eventos extremos
Outro desafio são as mudanças climáticas e eventos extremos que as terras desses agricultores sofrem, levando embora boa parte da produtividade do plantio gerando prejuízos para as famílias.
Ou seja, o ideal era fazer uma análise dos impactos das mudanças climáticas na agricultura de subsistência e ajudar esses agricultores a lidar com elas sem perder boa parte ou senão todo o plantio.
Pois, o que falta para esses produtores são recursos disponíveis para lidar com as mudanças climáticas e poder prever eventos extremos, como secas e enchentes, e seus efeitos negativos na produção de alimentos.
Uma solução seria o uso de ferramentas tecnológicas que mostrassem os dados do cultivo e como driblar as condições climáticas.
Falta de recursos e tecnologias adequadas
Como falamos acima, a falta de recursos tecnológicos pode acabar com todo um plantio por causa de uma seca fora de hora, por exemplo. Além disso, a escassez de tecnologias adequadas na agricultura de subsistência faz com que algumas técnicas e métodos utilizados não tenham resultados, por serem obsoletos.
Dessa forma, a solução seria uma maneira de adquirir tecnologias modernas e insumos agrícolas por caridade ou empréstimo, pois esses agricultores não têm condições de bancar um sistema tecnológico.
Assim, seria possível construir uma gestão eficiente da produção, evitar desperdícios, qualificar o uso da terra e aproveitar melhor a mão de obra.
Baixa diversificação de culturas
Outro problema na agricultura de subsistência é a baixa diversificação de culturas, o que acaba por empobrecer o solo e aumentar as chances de doenças e pragas. Pois, como cada safra tem uma herança, pode ser que o que acontece em uma, continue na outra gerando prejuízos e o uso exacerbado de insumos.
Desse modo, a predominância de monoculturas em áreas de agricultura de subsistência é um problema consistente, porém de fácil solução, pois oferecendo conhecimento para esses agricultores de como lidar com o solo, as safras e as especificidades das cultura, a produtividade passa a ser melhor, o solo é revitalizado e a diversidade de alimentos garantida.
Quais são as perspectivas e soluções para a agricultura de subsistência?
Como já ficou claro, a agricultura de subsistência tem um papel muito importante na vida dos pequenos produtores rurais, pois é através dela que eles conseguem levar alimentos de qualidade para suas famílias e comunidades.
Ou seja, pensar em perspectivas e soluções para esse tipo de plantio é um problema social que deve envolver o governo e até mesmo as grandes empresas do setor agro. Já que ajudá-los é uma forma beneficente de evitar a miséria e garantir uma melhor qualidade de vida para agricultores que querem trabalhar e sustentar suas famílias.
Pensando nisso, abaixo separamos algumas soluções para melhorar o cenário da agricultura de subsistência no Brasil.
Fortalecimento da agricultura familiar e criação de respaldo governamental para a agricultura de subsistência
Apesar de parecidas, a agricultura de subsistência e a agricultura familiar não são sinônimos. A diferença não está no plantio para comer, mas sim, no respaldo governamental.
Por exemplo, a agricultura de subsistência tem como finalidade alimentar a família do agricultor e sua comunidade. Não tem nenhuma ligação direta com a economia ou com o governo.
Já a agricultura familiar tem um respaldo governamental e uma lei que beneficia esses agricultores a se tornarem pequenos produtores rurais. Ou seja, os agricultores, que são da mesma família, podem contratar alguns funcionários, por lei e o que é plantado serve como subsistência e também como fonte de renda, pois parte da produção é comercializada.
Desse modo, uma das soluções para a agricultura de subsistência é esse apoio do governo, não para comercialização, mas sim, para prover uma melhor colheita e conhecimentos necessários da terra para um melhor aproveitamento da mesma.
Promoção de práticas agrícolas sustentáveis
Como o plantio de subsistência utiliza técnicas sustentáveis como a compostagem, por exemplo, por não expandir esses conhecimentos para as grandes empresas?
Em troca, as empresas podem emprestar tecnologias de ponta para ajudar na produção desses pequenos agricultores que mostrará às corporações como aplicar práticas agrícolas sustentáveis, como agroecologia e permacultura.
Assim, todos saem ganhando, a preservação do meio ambiente se faz presente, já que é uma grande preocupação da atualidade e há um ganho na resiliência das lavouras dos agricultores de subsistência.
Investimento em pesquisa e inovação
Bom, para resolver qualquer problema ambiental ou social é imprescindível o investimento em pesquisa e inovação. Pois é a partir desses dados que surgem ideias disruptivas ou incrementais que podem transformar a vida desses pequenos agricultores.
Por exemplo, imagine o Governo ou alguma grande empresa privada subsidiar uma pesquisa para desenvolver tecnologias adaptadas às necessidades dos agricultores de subsistência? Provavelmente boas ideias iriam surgir e tudo de acordo com a realidade que esses produtores vivem no dia a dia.
Ou seja, o investimento em pesquisas pode mudar essa situação e ajudar milhares de famílias que plantam e colhem para o seu próprio consumo.
Portanto, é importante lembrar que as pessoas que necessitam da agricultura de subsistência são pequenos produtores, com baixo índice de escolaridade e educação, que tem produção baixa e limitada e que usam pequenos espaços de terra para plantar alimentos que irão suprir as necessidades alimentares do seu grupo.
Além disso, por falta de recursos eles usam métodos rudimentares, tradicionais, obsoletos e sem muita tecnologia, tem como preferência a policultura, para colher vários tipos de produtos e não utilizam agrotóxicos.
Ou seja, são pessoas simples que usam esse método de cultivo para seu próprio uso e não por escolha e mesmo assim, eles conseguem ser sustentáveis.
Por isso, ajudar esse pessoal é como uma troca de conhecimentos. Eles precisam de incentivos e tecnologia e em troca vão ensinar a como tornar os alimentos mais saudáveis e sustentáveis. Por isso, falar da agricultura de subsistência é tão importante e pensar em maneiras de ajudar esses pequenos agricultores é uma forma de empatia com trocas ricas de conhecimentos.
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Prezada Talita, como vai? Gostei muito da forma como retratou a agricultura de subsistência. Gostaria de entrar em contato com você para entender melhor o aspecto da monocultura na subsistência. Desde já agradeço.
Obrigado pelo texto.
Infelizmente somente boas intenções não bastam. Essa “visão corrompida de quê a dono da terra”, vai ditar esse caos até o fim dos nossos dias.