O milho está entre as principais produções da agricultura brasileira. Somente na safra de 2021/2022, por exemplo, a estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), aponta que o país produziu 87,4 milhões de toneladas do grão, o que representa uma alta de 6,2% em relação ao colhido em 2020/2021.
O milho é originário da América Central e seu nome deriva da palavra millium, do latim, que faz referência a mil e é associado ao alimento devido ao seu elevado número de grãos. O produto é bastante consumido no mundo todo, com destaque para os Estados Unidos e a China.
Outra informação interessante sobre esse grão é que existem tipos de milhos das mais variadas cores. No Brasil, os mais comuns são os amarelos, alaranjados e brancos, no entanto, também existem espécies com grãos vermelhos, roxos, pretos, azuis, rosas e até mesmo coloridos, como o glass gem corn, cujos grãos lembram “pedras de vidro”.
As fases de produção do milho são divididas em duas: vegetativa e reprodutiva. A primeira inclui as fases de emergência (VE), primeira folha (V1), segunda folha (V2), terceira folha (V3), sexta folha (V6), décima segunda folha (V12), décima oitava folha (V18) e pendoamento (VT). Já a segunda contempla as fases de florescimento (R1), grão bolha d’água (R2), grão leitoso (R3), grão pastoso (R4), grão farináceo (R5) e maturidade fisiológica (R6).
Para o sucesso da produção desse grão, alguns fatores devem ser observados. O primeiro deles é que o solo precisa ser fértil, drenado, com bastante incidência solar e rico em húmus. Também é importante observar as características da propriedade antes de fazer o plantio. Nesse momento, devem ser levantadas informações referentes a doenças e pragas de maior incidência, ervas daninhas, histórico climático, entre outros elementos prejudiciais ao desempenho da lavoura.
Já no momento de escolher a variedade do milho a ser produzida, cabe ao produtor refletir a respeito de questões como a finalidade da produção, as condições climáticas, o nível de investimento e as condições sanitárias da região.
Também é importante compreender que são muitas as variedades de milho, como pode ser observado abaixo, com as características das cinco principais delas:
Milho flint ou duro
Originado na Argentina, o milho flint ou duro é um grão formado de tecido duro ou vítreo, que não apresenta fenda ou sulco como nas demais variedades.
Pode apresentar coloração branca, amarela, vermelha, marrom, roxa e preta e é considerado uma cultura de alto rendimento e qualidade, com potencial para ser utilizado tanto para nutrição humana quanto para animal.
Essa variedade de milho é colhida na fase madura e é ideal para a produção de farinha, amido, canjicão, snacks, cervejas, entre outros.
Milho de pipoca
Outro tipo de grão bastante conhecido é o milho de pipoca, que tem coloração amarelo-alaranjada, espigas menores e quantidade de grãos reduzida. O milho de pipoca é composto por tecido duro e seco e seu baixo teor de umidade, geralmente entre 12% e 16%, faz com que ele seja extremamente expansivo.
Justamente por isso que, quando aquecido a pouca água cria uma pressão que rompe a casca e, assim, o amido presente se solidifica e se torna esbranquiçado ao entrar em contato com o ar, formando a pipoca.
Milho verde
Também chamado de milho doce, essa variedade tem miolo translúcido, com grãos levemente irregulares, gosto adocicado e coloração que varia entre o branco e o amarelo, embora também exista na cor laranja.
O milho verde é colhido antes de finalizar seu estágio de maturação, o que explica a sua maciez e a maior quantidade de açúcar na composição.
Esse grão é proveniente de processo de mutação, que produz açúcar no lugar do amido e com alto valor nutritivo. Por conta disso, as etapas de plantio, manejo e pós-colheita também não são os mesmos. Além de ser muito popular, apresenta a vantagem de ser uma apresentação de baixo investimento.
Milho dentado
Por conta do seu tecido mole, o milho dentado tem um “dente” na parte superior do grão e é mais comum nas cores amarela e branca, embora também possa atingir tons terrosos.
Sua colheita é feita na fase madura e esse tipo de milho é um dos mais comuns nos Estados Unidos, sendo destinado, basicamente, à nutrição animal, bem como à produção de álcool e de xaropes.
Milho farináceo
Por fim, há o milho farináceo, constituído de tecido mole, o que permite que ele seja facilmente moído. O milho farináceo é colhido na fase madura e é encontrado nas colorações amarela, azul e branca, sendo essa última destinada à preparação de canjica, enquanto as outras duas são voltadas à produção de farinha de milho.
Imagem: Agropós
Conclusão
O milho está entre as principais produções agrícolas brasileiras e, por isso, tem chamado a atenção de um número cada vez maior de produtores. O alimento é consumido no mundo todo e conta com uma variedade bastante singular.
Entre os principais tipos de milho, como observado ao longo do texto, estão o Milho flint ou duro (ideal para a produção de farinha, amido, canjicão, snacks, cervejas, entre outros), o milho de pipoca, o milho verde (também chamado de milho doce), o milho dentado (destinado, basicamente, à nutrição animal) e o milho farináceo (voltado à produção de canjica e de farinha).
Vale lembrar que cada variedade de milho tem suas próprias características e necessidades. Dessa forma, antes de escolher o grão a ser cultivado, cabe ao produtor analisar seu solo e seus objetivos com a produção, para que assim não se frustre e alcance os resultados desejados.
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