Levantar e analisar informações a respeito das principais características das cultivares de milho disponíveis para a corrente safra é algo de extrema importância tanto para produtores que não semearam a primeira safra quanto para os que semearão a segunda safra.
Hoje, a partir do melhoramento genético do milho, novas cultivares surgem a cada ano, em geral com maior eficiência, resistência e capacidade de produção, afinal, elas conseguem captar mais luz, aproveitar melhor a água e nutrientes e até auxiliar no controle de plantas daninhas.
Outro destaque é a proteção a pragas que podem afetar o sistema radicular do milho, como lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda); broca-do-colmo (Diatraea saccharalis); lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea) e lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus); e de pragas do solo, lagarta-rosca (Agrotis ípsilon) e larva-alfinete (Diabrotica speciosa).
As cultivares transgênicas ainda proporcionam aumento na área cultivada com milho com alguma tecnologia embarcada na semente, o que permite que as plantas se tornem mais resistentes ou tolerantes a herbicidas como glifosato e glufosinato de amônio, comuns nos sistemas de rotação, tanto em cultivos de verão quanto de segunda ou terceira safra.
Outro ponto positivo das cultivares lançadas recentemente é que elas são mais resistentes às principais doenças que atacam a cultura, com destaque para a cercosporiose e a mancha-branca.
Vale lembrar, por outro lado, que são muitos os fatores que podem contribuir para que surjam doenças no milho, como temperatura, radiação solar e técnicas de manejo realizadas de maneira inadequada. Por conta de fatores ambientais e climáticos, existem patógenos mais comuns no outono (cercosporiose, ferrugem-polissora e podridão-de-macrofomina) e os que têm maior incidência no verão (helmintosporiose, gibberella e ferrugem-comum).
Hoje, ao contrário do que ocorria há décadas, diversos patógenes já podem ser enfrentados com mais facilidade, graças aos cultivares com tolerância a algumas doenças. Também existem plantas mais resistentes a baixas temperaturas e que se adaptam melhor a adversidades.
Números
No mais recente levantamento de cultivares de milho, realizado para safra a 2022/2023, foi registro o surgimento de 98 novos híbridos disponibilizados para os produtores, sendo que 98,7% deles são cultivares transgênicas com mais de um evento na sua constituição genética. Já o restante é formado por cultivares convencionais.
As cultivares transgênicas com maior ocorrência para esta safra são AgrisureViptera 3 (21,43%), PowerCoreUltra (18,37%) e VT PRO3 (13,26%).
Assim como ocorreu nas safras anteriores, as novas cultivares abrangem, sobretudo, o ciclo precoce, principalmente no que se refere à segunda safra após a colheita da soja. No caso da safra atual, as cultivares desse tipo representam 71,43% do total.
Períodos de cultivo
No Brasil, o cultivo de milho ocorre no verão e no outono (safrinha) e, em estados da região Nordeste, também entre os meses de maio e junho. Por conta disso, muitas empresas investem em cultivares capazes de alcançar bom desempenho tanto no verão quanto no outono.
Atualmente, 66,3% das cultivares que estão no mercado podem ser cultivadas tanto em primeira quanto em segunda safra, principalmente pela ampla adaptabilidade e estabilidade dos híbridos para essas épocas de semeadura.
O levantamento também aponta que 36,7% dos novos híbridos apresentam coloração de grãos amarela/alaranjada, ao passo que 27,5% são classificados com coloração alaranjada e 22,4% com cor amarela.
A densidade de semeadura é um componente técnico importante do manejo da cultura do milho, pois é através dessa prática, em interação direta com o ambiente, que se expressa o poten- cial genético de uma cultivar. Segundo Duvick (1992), o potencial produtivo do milho é o somatório da genética (47,75%) e das condições ambientais (52,25%) mais adequadas para cada ambiente de cultivo.
De acordo com o levantamento, a quantidade ideal de plantas por hectare para que os melhores resultados sejam alcançados fica entre 55 mil e 75 mil. Por outro lado, casos esporádicos de maiores populações são registrados em algumas regiões, com finalidades específicas, como a produção de silagem em cultivos sob irrigação.
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Conclusão
O milho está entre os principais produtos da agricultura brasileira, com plantações espalhadas por todo o território nacional. Um dos fatores que contribui para que a produção cresça a cada ano é o constante aumento da qualidade das cultivares.
Os transgênicos são lançados com frequência no Brasil, o que demonstra a preocupação das empresas em solucionar problemas ligados à produtividade, especialmente no que se refere a pragas, doenças e condições climáticas adversas.
Como demonstrado ao longo do texto, no levantamento relativo à safra 2022/2023, foi observado o registro do surgimento de 98 novos híbridos disponibilizados para os produtores, sendo que 98,7% deles são cultivares transgênicas com mais de um evento na sua constituição genética. Assim como ocorreu nas safras anteriores, as novas cultivares abrangem, sobretudo, o ciclo precoce, principalmente no que se refere à segunda safra após a colheita da soja
A partir disso, fica evidente o quanto a ciência e a tecnologia contribuem diariamente para que a agricultura se desenvolva cada vez mais, de maneira eficiente e com responsabilidade social. A partir disso, toda a sociedade é beneficiada, desde o produtor que terá resultados mais expressivos até a população que poderá consumir produtos de maior qualidade a preços mais acessíveis.
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