Pragas iniciais da soja causam danos após a emergência da cultura da soja e podem reduzir drasticamente o o volume de produção.
A melhor forma de colher bem é começar a safra com uma bom manejo. Ou seja: para obter um bom estabelecimento inicial de plantas, é fundamental realizar o manejo das chamadas “pragas iniciais” da cultura da Soja.
Lagartas, percevejos, besouros e demais insetos impactam o desenvolvimento inicial da soja e afetam a produtividade da lavoura. Entre as principais pragas iniciais, destacam-se: lagarta-do-cartucho do milho, lagarta-elasmo, corós, tamanduá e vaquinha.
Saiba mais sobre as pragas iniciais da cultura da soja e como realizar o manejo destes insetos.
Principais pragas iniciais da cultura da soja
De acordo com resultado de uma pesquisa realizada com produtores rurais, 62% dos produtores acreditam que o monitoramento de pragas é a chave para combater os problemas na lavoura.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), antes da adoção de qualquer medida de controle, a identificação correta da praga é fundamental.
Para saber monitorar, conheça as principais pragas iniciais da cultura da soja e como elas impactam a lavoura.
Lagarta-Elasmo
Conhecida pelo seu hábito alimentar altamente polífago, a Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) exerce maior pressão até os 30 dias após a semeadura, principalmente em solos arenosos, em anos secos ou com períodos prolongados de estiagem.
Os danos da praga ocorrem durante a fase de larva. Nesse período, a praga penetra na planta, logo abaixo do nível do solo, criando uma galeria em direção a parte aérea. A presença de um casulo de seda no orifício de entrada serve como proteção contra o ambiente externo.
Como consequência deste hábito, a planta de soja morre, causando falhas no estande.
Lagarta-do-Cartucho do Milho (Spodoptera frujiperda)
A Lagarta-do-Cartucho do Milho (Spodoptera frujiperda) é encontrada no solo, com comportamento semelhante à lagarta-rosca. Ataca muitas vezes cotilédones e folhas de plantas recém emergidas, podendo reduzir significativamente o estande de plantas e causar um dano direto e irreversível à cultura da soja.
O início do manejo, começa com a dessecação da cobertura verde, aplicando um produto lagarticida em pulverização, mas que tenha pouco efeito sobre os inimigos naturais.
Corós
O coró-da-soja (Phyllophaga cuyabana) apresenta uma geração por ano e é capaz de causar grande impacto nos estágios iniciais de desenvolvimento da cultura da soja.
A revoada dos adultos para acasalamento e dispersão acontece no início do período chuvoso e o aparecimento das larvas coincide com o período de semeadura da soja.
A praga Ataca A Soja Durante Sua Fase Larval e se alimenta das raízes e nódulos da planta, afetando negativamente o estabelecimento do estande e, consequentemente, o rendimento de grãos.
Vaquinha
Por conta de sua cor característica, a Vaquinha (Diabrotica speciosa) possui outro nome comum: patriota.
A larva se alimenta das raízes da planta de soja, interferindo na absorção de água, nutrientes e até na sustentação das plântulas. Adultos de vaquinhas também causam desfolha e esses danos prejudicam a fase inicial da cultura, além de deixar prejuízos para todo o restante do ciclo. Apesar de ser considerada uma praga ocasional, tem se tornado um problema em áreas onde geralmente o milho é plantado antes da soja.
Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea)
O percevejo-castanho adulto se alimenta das raízes e seiva das culturas. Em casos mais severos a planta fica raquítica, apresenta coloração amarelada e pode morrer facilmente.
As principais características do percevejo-castanho são sua coloração amarronzada e o tamanho pequeno de 5 a 8 mm. Os ovos desse inseto são pequenos pontinhos brancos e se localizam normalmente nas raízes das plantações.
O controle biológico com a utilização do fungo Metarhizium anisopliae se faz bem eficaz contra o percevejo castanho. Porém, outros métodos como a aração do solo, inseticida no sulco de semeadura, adubação equilibrada, sementes de boa qualidade tratamento de sementes também podem trazer bons resultados para a lavoura.
Percevejo-barriga-verde
O Percevejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus) causa danos desde a implantação da cultura.
Seu hábito rasteiro dificulta o monitoramento, principalmente em lavouras onde as plantas daninhas não foram controladas adequadamente. Os danos dos Percevejos podem ser maiores quando o manejo de plantas daninhas é negligenciado durante a entressafra.
Tamanduá da soja (Sternechus subsignatus)
O Tamanduá da soja vem causando sérios prejuízos para a cultura da soja, sendo uma praga de difícil controle. As larvas são brancas, sem pernas. Ficam no interior da haste principal da planta. Os adultos são besouros pretos com listras amarelas na cabeça e ficam sob a folhagem, nas hastes, ou no solo.
O tamanduá da soja raspa o caule e desfia os tecidos no local do ataque, podendo causar danos irreversíveis e a morte das plântulas quando a população é muito grande. Dependendo da infestação, pode haver a perda total da lavoura.
Tripes
Os Tripes (Caliothrips braziliensis e Frankliniella schultzei) são insetos pequenos, que podem impactar as plantas de soja por meio da raspagem das folhas e pela transmissão da doença viral Queima-do-broto.
A doença causa a morte do broto apical e paralisação do crescimento da planta, impactando diretamente no estande de lavoura.
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