Líderes mundiais, chefes de negócios e membros da sociedade civil estão reunidos desde o último domingo (06) em Sharm El Sheikh (Egito) para a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-27). Após um ano de variações climáticas extremas, foi possível sentir os impactos da crise climática mundial. Para muitos, esse encontro é uma esperança de que os delegados façam progressos reais no esforço para evitar uma catástrofe climática. No entanto, com as emissões globais de gases de efeito estufa de volta aos níveis pré-pandemia, e a inflação e os conflitos dominando a agenda internacional, há dúvidas sobre se é possível um avanço. Então, o que se espera que aconteça no Egito e onde se espera que haja progresso? Leia mais para descobrir.
O que são as Conferências das Partes (COPs)?
A Conferência das Partes (COP – Conference of the Parties) é o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, adotada em 1992. É uma associação de todos os países membros (ou “Partes”) signatários da Convenção, que, após sua ratificação em 1994, passaram a se reunir anualmente a partir de 1995, por um período de duas semanas, para avaliar a situação das mudanças climáticas no planeta e propor mecanismos a fim de garantir a efetividade da Convenção. A COP-27 é a 27ª sobre mudanças climáticas; a primeira foi realizada em Berlim em 1995. E durante a próxima semana, que é quando continua acontecendo a COP-27, estarão reunidos mais de 190 países representados no Egito, todos os quais assinaram o Acordo de Paris.
Como são negociados os acordos climáticos?
O trabalho para chegar a acordos ocorre principalmente entre negociadores, incluindo ministros do governo, com organizações de observadores presentes para trazer transparência às negociações. Nesse processo, os países decidem o quanto estão dispostos a reduzir em termos de emissões nacionais de gases de efeito estufa a cada ano e as apresentam na forma de contribuições determinadas nacionalmente, que concordaram em revisar a cada cinco anos.
O que se espera que aconteça na COP27?
Em 2022, o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que analisa as vulnerabilidades, as capacidades e os limites do mundo e da sociedade para se adaptar às mudanças climáticas, vão guiar as conversas principais da COP-27. Durante a conferência, os países devem definir aspectos centrais para a implementação do Acordo de Paris, falar sobre os compromissos que estão sendo trabalhados por eles e dar previsibilidade ao financiamento climático. Nos 12 dias de evento, os participantes vão debater sobre a adaptação climática, mitigação dos GEE, o impacto climático na questão financeira e a colaboração para conter o aquecimento global. É importante ressaltar que as finanças desempenharam um papel importante em Sharm El Sheikh. Espera-se que as partes revisem o progresso na meta de canalizar US $100 bilhões por ano para países em desenvolvimento que lidam com a crise climática, uma promessa feita em 2009 na COP-15 em Copenhague. Eles também discutirão uma meta financeira pós-2025. Uma série de acordos bilaterais e do setor privado também devem ser anunciados para melhorar a implementação da ação climática e transferir o financiamento climático para os trilhões.
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