Nos últimos anos, a Agricultura de Precisão (AP) conquistou de vez seu espaço em todo o território brasileiro, ao passar a ser reconhecida como essencial para que os melhores resultados pudessem ser alcançados em relação não apenas à produção, mas também à qualidade e à redução de danos ambientais.
Nesse contexto, a AP se tornou tão importante, que além de contar com um mercado que movimenta grandes quantias, passou a fazer parte do dia a dia de diversos profissionais já nas universidades. Isso porque disciplinas ligadas à Agricultura de Precisão passaram a ser oferecidas na grade curricular de cursos de graduação e pós-graduação em diversas instituições de ensino espalhadas por todo o país.
Um bom exemplo está na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), instituição em que a disciplina de Agricultura de Precisão é ofertada a estudantes dos cursos superiores de Agronomia e Engenharia Agrícola, além do curso tecnólogo em Geoprocessamento.
A disciplina, de acordo com a própria UFPEL, tem o objetivo geral de fornecer informações e tecnologias que serão usadas em agricultura de precisão e suas aplicações e como objetivos específicos descrever o que é agricultura de precisão, fornecendo conhecimentos sobre as tecnologias envolvidas; explorar princípios e aplicações de tecnologias de taxa variável e identificar tecnologias para agricultura de precisão.
O conteúdo programático da disciplina inclui dez tópicos: (1) Introdução aos conceitos de Agricultura de Precisão, (2) Variabilidade no rendimento, monitores de rendimento e mapas de rendimento, (3) Nutrientes, fertilidade do solo e sistemas de amostragem de solo, (4) Manejo de água para irrigação (5) Variabilidade na infestação por insetos e invasoras (6) Sensores para aquisição de informações, (7) Modelagem baseada em GIS, manejo da informação e tratamento da variabilidade (8) Manejo e posse dos dados (9) Mapas de controle de aplicação – tecnologias de taxa variável (TTV) e aplicação com taxa variável (ATV) e (10) Aspectos econômicos em agricultura de precisão.
Imagem: UFPEL
Outro grande exemplo é a disciplina de Agricultura de Precisão oferecida no mestrado e no doutorado em Agronomia da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu.
Segundo o plano de ensino, a disciplina visa situar o aluno frente aos desafios tecnológicos da Agricultura de Precisão, através de uma análise dos requisitos para a implantação e gerenciamento de sistemas de aplicação localizada de insumos e monitoramento dos fatores de produção, com enfoque especial a eletrônica embarcada nos equipamentos agrícolas, através do estudo dos sistemas de posicionamento, direcionamento, controle e monitoramento das operações.
A ementa programática da disciplina reúne onze temas centrais: (1) Histórico e conceituação da Agricultura de Precisão, (2) Sistemas e informação geográfica (SIG) e sensoreamento remoto, (3) Eletrônica embarcada: estudo dos sensores, atuadores, aquisição e comunicação de dados, sistemas eletrônicos de posicionamento e georeferenciamento, (4) Sistemas de coleta de dados e mapeamento, (5) Monitoramento da produção, (6) Monitoramento das condições do solo, (7) Sistemas de controle e monitoramento de semeadura, (8) Sistemas para aplicação localizada de adubos e corretivos, (9) Mapeamento de infestação por plantas daninhas pragas e doenças, (10) Sistemas para aplicação localizada de defensivos e (110 Tecnologia de informação e gerenciamento;
Já o conteúdo programático, com atividades teóricas e práticas, é dividido em três grandes áreas, subdivididos, por sua vez, em diversos tópicos: Agricultura de Precisão: histórico e conceituação (O processo de formação das grandes áreas de produção, Variabilidade espacial, Sistemas de informação geográfica (SIG) e sensoriamento remoto, Requisitos para a implantação de sistemas de agricultura de precisão e Aplicação localizada de insumos), Sensores e atuadores (Sensores de velocidade e deslocamento, Bússola eletrônica, Sensores ópticos, Sensores de proximidade, Sensores de pressão, Sensores de fluxo, Controladores de pressão, Válvulas e atuadores elétricos e Válvulas e atuadores pneumáticas) e Sistemas de aquisição de dados (Sistemas analógicos, Sistemas digitais, Interfaces, Portas de comunicação, Barramentos e Protocolos de comunicação e transferência de dados).
É claro que a disciplinas oferecidos nos cursos superiores e no curso tecnólogo da UFPEL e nos cursos de pós-graduação na Unesp são apenas dois dos muitos exemplos que existem no Brasil atualmente. Ambas as instituições, inclusive, foram selecionadas para esse artigo devido à sua qualidade de ensino e por demonstrarem que a Agricultura de Precisão está presente na grade curricular dos mais diversos cursos.
Assim, é possível observar que cada vez mais os profissionais estão preparados para lidar com a AP no dia a dia, não só no que se refere a questões teóricas, mas também práticas.
Conclusão
A Agricultura de Precisão é uma realidade em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. Em nosso país, a AP tem possibilitado que produtores utilizem técnicas e tecnologias para obter resultados melhores no que se refere à qualidade, à quantidade e a redução de danos ambientais.
Em meio a isso, a AP passou a ser estudada, discutida e aprimorada em universidades públicas e privadas, o que levou à implantação de disciplinas sobre o tema em cursos tecnólogos, de graduação e de pós-graduação.
Como exemplificado pelos conteúdos programáticos das disciplinas ofertadas pela UFPEL e pela Unesp, os estudantes têm, ao longo do curso, contato com os mais diversos tópicos abrangidos pela Agricultura de Precisão, em atividades teóricas e práticas.
Dessa forma, os profissionais saem preparados para trabalhar com AP e oferecer seus conhecimentos em prol do aumento da produtividade e da redução dos impactos ambientais. Assim, em pouco tempo, a Agricultura de Precisão será cada vez mais praticada em todas as regiões do país, algo excelente para a economia e, claro, para o meio ambiente.
Confira as vantagens da Agricultura de Precisão
Referências
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