O agro está cada vez mais jovem! Com a criação das Agtechs e desenvolvimento da ciência e tecnologia para o campo, um novo cenário se apresenta para a agropecuária brasileira. Nesse artigo, você vai saber como tem sido a inserção dos jovens no campo, seus comportamentos, ambições e oportunidades.
Jovens no campo: Tradição e inovação
Porteira à fora e porteira à dentro, a presença do jovem no campo têm crescido nas mais diversas áreas ligadas ao agronegócio brasileiro. Uma das principais razões que desperta o interesse das novas gerações é a utilização cada vez mais marcada da tecnologia no manejo agrícola e pecuário.
De acordo com a 8ª Pesquisa de Perfil do Produtor Rural, o agro está cada vez mais jovem. Em 2013, a idade média dos produtores brasileiros era de 48 anos e, em 2017, esse número caiu para 46,5 anos. Na última edição da pesquisa, lançada em 2021, chegou a 46,4 anos.
Abaixo, é possível ver que, nos últimos anos, os jovens produtores – homens e mulheres – estão mais presentes nas decisões da propriedade rural.
Fonte: 8ª Pesquisa de Perfil do(a) Produtor(a) Rural – ABMRA
Ao contrário do que acontece na sociedade – que está envelhecendo – o agro rejuvenesce. E mais, não se trata apenas de sucessão no campo – filhos(as) se dedicando ao empreendimento dos pais -, mas de renovação. Para os especialistas, o que acontece é uma transição de gerações, na qual o patriarca ou a matriarca, os pais e os(as) filhos(as) tomam juntos as decisões.
Um dos maiores indicativos dessa aproximação de gerações é a fusão entre tradição e inovação. Uma das principais conclusões da pesquisa do ABMRA é que os jovens têm contribuído quando o assunto são novas tecnologias, softwares de gestão e práticas sustentáveis, por exemplo, para atuarem como braço de crescimento e saúde de negócios que estão há muitos anos no mercado.
Muitos jovens, diferente dos pais, tiveram a oportunidade de se formar e atuar em outras áreas, muito longe do campo. Diferente do que era esperado, esses jovens concluíram seus estudos em áreas relacionadas à agricultura e pecuária, retornando ao meio rural e ajudando a alavancar tanto pequenos e médios empreendimentos familiares, quanto cooperativas e grandes negócios.
Isso ajudou também a diversificar o perfil do trabalho do campo: ainda que os agrônomos liderem o ranking de trabalhadores com curso superior, a atuação de administradores de empresas e profissionais do direito apresentou como uma tendência de especialização, profissionalização e diversificação das áreas que o estão dentro e fora da porteira da fazenda. Outro dado que chama atenção é que 23% dos entrevistados não possui ensino superior em agronomia, zootecnia e veterinária, cursos que, por muito tempo, representaram a formação da maioria esmagadora dos profissionais do campo.
Fonte: 8ª Pesquisa de Perfil do(a) Produtor(a) Rural – ABMRA
Esse rejuvenescimento dos profissionais do agro também refletiram na forma que o campo consome e produz conteúdo. Em 2013, 95% dos produtores usavam, majoritariamente, a TV aberta como canal de informações. Esse número caiu para 76% em 2021, acompanhando o movimento de popularização das redes sociais e democratização do acesso à internet – na cidade e no campo. Se em 2013 apenas 39% dos produtores usavam a internet para se atualizar, esse número passou para incríveis 74% em 2021.
Fonte: 8ª Pesquisa de Perfil do(a) Produtor(a) Rural – ABMRA
Para muitos jovens, isso acontece porque existe um olhar para além da porteira, que quer encontrar as melhores estratégias para ajudar o campo a crescer. Não por acaso, os produtores cada vez mais reconhecem a necessidade de se manterem informados sobre pesquisas, novidades e fatores relacionados às atividades agropecuárias no Brasil e no mundo. E mais, usam os meios de comunicação digitais para isso: 76% pelo Whatsapp, 57% por sites especializados, 48% em redes sociais da área e 6% via e-mail.
Fonte: 8ª Pesquisa de Perfil do(a) Produtor(a) Rural – ABMRA
A internet tem se mostrado uma das principais aliadas para a tecnologização do campo. Agtechs, startups focadas em produtos agrícolas – de origem animal ou não -, softwares que facilitam o manejo, tecnologias que permitem identificar erros e problemas em equipamentos, aplicativos que conseguem pesar o gado com apenas um clique, entre muitos outros, têm se popularizado. Com isso, 29% dos agricultores declaram utilizar agricultura de precisão e 15% dos pecuaristas a pecuária de precisão. O número é considerável, especialmente se consideramos que as principais tecnologias não têm mais que uma década de existência.
Fonte: 8ª Pesquisa de Perfil do(a) Produtor(a) Rural – ABMRA
Um último dado relevante para mostrar a importância da tecnologia e das novas gerações no campo é o acesso à internet nas propriedades rurais. Os números são surpreendentes: 91% e 88% dos empreendimentos de pecuária e agricultura, respectivamente, pesquisados possuem alguma conexão de internet na sede da propriedade, via rádio ou outras formas. Isso demonstra que o campo está cada vez mais conectado e que a presença dos mais novos têm impulsionado essa conexão.
Fonte: 8ª Pesquisa de Perfil do(a) Produtor(a) Rural – ABMRA
O Agro é pop: agro influencers, revolução tecnológica e orgulho em pertencer
A presença digital, especialmente nas redes sociais, também ajuda a atrair os jovens para o agro. Muitos perfis se dedicam a mostrar o dia a dia da agricultura e pecuária, os desafios, conquistas e até mesmo situações inusitadas na lida cotidiana. Alguns desses agro influenciadores ultrapassam os milhões de seguidores, tanto no Instagram quanto no Youtube e até no Tiktok, furam a bolha e conquistam novos públicos, ajudando a desmistificar e romper estereótipos com o meio rural.
Muitas empresas também têm investido na especialização de seus(suas) colaboradores(as), criando cursos de formação nas mais diversas áreas para os jovens ou atuando como parceiros em projetos que levam o agro para as escolas de todo Brasil. São milhares de projetos que contam com especialistas dedicados a programas de formação e capacitação de jovens para a carreira profissional no agro. Com isso, as novas gerações se atraem pelo campo e mostram que a tendência é um agro cada vez mais rejuvenescido, mas que respeita a experiência e a tradição.
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