Saiba mais sobre o processo de colheita do café e entenda qual é a melhor época, os diferentes métodos e muito mais!
Devido à diversidade de regiões cafeeiras, clima, topografia, altitude e latitude, o Brasil produz diferentes tipos de grãos de café, o que possibilita atender aos diferentes gostos e exigências de preços dos consumidores brasileiros e estrangeiros. O País é o maior produtor e exportador de café, e o segundo maior consumidor da bebida no mundo. Vale ressaltar que a produção de café no Brasil está bastante ligada às questões sociais e ambientais, sendo uma produção sustentável baseada em leis que respeitam a biodiversidade e legislações trabalhistas.
O setor cafeeiro conta com o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé, criado pelo Decreto-Lei nº 2.295/86 e estruturado pelo Decreto nº 94.874/87, que se destina ao desenvolvimento de pesquisas, ao incentivo à produtividade e produção, à qualificação da mão de obra, à publicidade e promoção dos cafés brasileiros. Esses decretos buscam apoiar a competitividade ao negócio café, com linhas de crédito para financiamentos do custeio, estocagem, e aquisição de café, e capital de giro para cooperativas, indústrias de torrefação solúvel e exportadores.
Vale destacar que o Brasil tem condições climáticas que favorecem o cultivo do café em 15 regiões produtoras. Essa diversidade garante cafés variados de Norte a Sul do País. Diante de diversos climas, altitudes e tipos de solo, os produtores brasileiros obtêm variados padrões de qualidades e aromas, entre as duas espécies cultivadas, arábica e robusta, os quais apresentam uma grande variedade de linhagens.
O café arábica (Coffea arabica L.) permite ao consumidor degustar um produto mais fino, requintado e de melhor qualidade. Esse tipo de café é cultivado em altitudes acima de 800 metros. Predomina nas lavouras de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia, Rio de Janeiro e em parte do Espírito Santo. O café robusta ou conilon (Coffea Canephora) é usado principalmente para a fabricação de cafés solúveis e em algumas misturas com o arábica. Apresenta um sabor único, menos acidez e teor de cafeína maior. Predomina nas lavouras do Espírito Santo, em Rondônia e em parte da Bahia e de Minas Gerais.
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PLANTIO DO CAFÉ
A plantação de café é realizada em viveiros, sem contato direto com o sol para não prejudicar o grão, e em solo devidamente preparado. Os processos do plantio são:
1 – Escolha da área: plana ou levemente ondulada
2 – Preparo da área: manual, mecânica ou mista
3 – Espaçamento: variam de acordo com equipamentos a serem utilizados, topografia da área, fertilidade do solo, entre outros
4 – Coveamento: deve ser feito manual ou mecanicamente nas dimensões de 40 x 40 x 40cm
5 – Plantio das mudas: deve ser realizado no período chuvoso com mudas de quatro a seis pares de folhas aclimatadas ao sol.
É importante o uso de cobertura morta em volta da muda para manter a umidade do solo e reduzir a competição com ervas daninhas.
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FLORADA DO CAFÉ
A florada geralmente ocorre na primavera, entre os meses de setembro e novembro. Porém, pode ocorrer mais de uma florada, dependendo das características da cultivar e de fatores ambientais como radiação solar, temperatura, disponibilidade de água etc.
COLHEITA DO CAFÉ
A época de colheita do café é um dos fatores que mais interferem no sabor da bebida. A colheita de café deve ser feita com os frutos em maturação fisiológica, em que a cor da casca do café fica entre o vermelho e o amarelo, e os grãos precisam ter 55% e 70% de umidade. Se a colheita ocorrer antes do tempo, a maioria dos frutos estão verdes e há alta concentração de fenóis, como taninos e ligninas. Essas substâncias interferem negativamente no sabor do café.
Existem três tipos de colheita do café:
1 – Colheita Manual: é bastante utilizada em áreas declivosas e em pequenas propriedades. Por exigir muita mão de obra, é mais demorada. Para realizar a colheita manual de café são estendidas lonas ou panos na saia do cafezal, ou o colhedor carrega uma peneira. Os colhedores fazem a derriça total dos grãos nos panos ou peneiras, que são coletados e abanados. Isso os separa dos restos vegetais, como folhas e ramos. Em seguida, são levados para secagem. Em locais onde a colheita é feita o ano todo, ou para fabricação de cafés especiais, os colhedores retiram da planta de café somente os grãos cereja. Eles deixam os verdes para a próxima colheita.
2 – Colheita semimecanizada: este método reduz a quantidade de mão de obra, otimiza o tempo e gera maior rendimento na operação. A colheita passa pelas etapas de derriça, recolhimento e abanação.
3 – Colheita Mecanizada: todas as etapas da colheita são realizadas por uma máquina, automotriz ou de arrasto. Nesse tipo de colheita há o aumento do rendimento operacional e redução do custo de mão de obra. É preciso estar atento ao espaçamento do cafezal e a regulagem da colheitadeira.
PÓS- COLHEITA
A boa qualidade do fruto é possível se a colheita for realizada na época adequada, evitar a fermentação secando o fruto o quanto antes e preservar as características físicas e químicas do grão durante o processamento e armazenamento. Estima-se que cerca de 10% dos frutos acabam caindo no chão. A decomposição desses frutos nas ruas e entrelinhas pode acarretar em problemas futuros que prejudiquem a qualidade e produtividade da lavoura. Além disso, a não varredura desses grãos pode favorecer o aparecimento de pragas, como a broca-do-café, surgindo gastos que afetarão a rentabilidade das próximas colheitas.
O processo de colheita do café precisa de atenção e cuidado. Os métodos e tipos de colheitas do café são fatores que influenciam a qualidade do produto. Saber o momento ideal de colher é fundamental para obtenção de grãos desejados e evitar perdas de produção.
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