As cooperativas agrícolas desempenham um papel fundamental no Brasil, não apenas do ponto de vista econômico, mas por representarem um modelo que gera muitos empregos e leva alimentos para a mesa dos brasileiros.
Atualmente, este modelo está tão consolidado que 21 cooperativas agrícolas aparecem na lista das 100 maiores empresas do agronegócio do Brasil, divulgado pela conceituada revista Forbes. Isso demonstra a força deste tipo de modelo mesmo em um momento bastante delicado em todo o mundo, por conta da pandemia da covid-19.
Outro aspecto que chama a atenção é que também aparecem na lista da Forbes a Tereos (fundada por uma cooperativa de cultivadores de beterraba) e a Itambé Alimentos (formada por 31 cooperativas associadas). Na prática, isso demonstra que as cooperativas também têm potencial para dar início a grandes empresas do setor agrícola.
Também vale ressaltar o fato de que atualmente as cooperativas chegaram a um patamar tão elevado, que se tornaram conhecidas não apenas por quem está diretamente ligado à produção agrícola, mas por toda a população. Confira, em dois artigos especiais, informações sobre o trabalho desenvolvido pelas principais delas:
Aurora
Bastante conhecida pela população em geral, a Aurora é uma das principais produtoras de proteína animal do país, além de também produzir e exportar grãos. Seus números são surpreendentes: 11 cooperativas associadas, 30 mil empregados diretos e 10 mil indiretos, 5,2 milhões de suínos abatidos por ano e 242,6 milhões de aves.
Faturamento: R$ 31,6 bilhões.
Coamo
A cooperativa existe desde 1970 e é uma das mais tradicionais do país. Atualmente conta com 110 unidades, em 71 municípios de Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Em 2019, foi responsável por nada menos que 3,1% da produção brasileira de grãos. Seu principal produto é a soja, seguida por milho, trigo e café.
Faturamento: R$ 13,39 bilhões
C. Vale
A cooperativa C.Vale atua em setores bem diversificados: produz grãos, mandioca, leite, frango, peixe e porcos, além de comercializar insumos e revender máquinas agrícolas. Atualmente tem 156 unidades, 23 mil associados e 11 mil funcionários.
Faturamento: R$ 12,26 bilhões
Copersucar
A maior cooperativa brasileira atua no mercado sucroenergético, em todos os elos da cadeia de açúcar e de etanol, desde o acompanhamento da safra no campo até os mercados finais. Somente no último ano-safra, produziu 3,7 milhões de toneladas de açúcar e 5 bilhões de litros de etanol.
Faturamento: R$ 38,7 bilhões
Lar Cooperativa
Com 28 unidades, 10 associados e 13 mil funcionários, a Lar Cooperativa também atua em diversos segmentos, como a avicultura, a suinocultura, a pecuária leiteira, o beneficiamento de alimentos, o tratamento de madeiras e a produção de rações, leitões, pintainhos e sêmen.
Faturamento: R$ 10,78 bilhões.
Coopercitrus
A Coopercitrus é um dos exemplos mais bem-sucedidos de organização cooperativista no Brasil. Atualmente conta com 60 filiais e trabalha em setores que vão muito além do cítrico, já que também produz grãos, açúcar, sementes de soja, insumos e ração animal. Além disso, tem concessionárias de máquinas agrícolas, lojas de conveniência, shoppings rurais e até postos de combustíveis.
Faturamento: R$ 5,9 milhões.
Comigo
A cooperativa Comigo chama a atenção pela sua estrutura, que reúne 11 processadoras de óleo de soja, 20 armazéns para 1,8 milhão de toneladas de grãos, 16 lojas agropecuárias e o conceituado Instituto de Ciência e Tecnologia (ITC).
Faturamento: R$ 9 bilhões.
Cocamar Agroindustrial
Atualmente a Cocamar tem 15 mil cooperados e é responsável pela produção de soja, milho, trigo, café e laranja. Na agroindústria, desenvolve um trabalho diversificado, que vai do processamento de bebidas, torrefação, envase de óleos, etanol, bioinsumos, suplementos e ração animal, até o tratamento de madeira e indústria têxtil.
Faturamento: R$ 5,8 bilhões.
Cooxupé
A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé desenvolve um trabalho referência juto aos pequenos produtores de cerca de 200 municípios dos estados de Minas Gerais e São Paulo. São 15 mil cooperados, dos quais 95% são pequenos produtores. A Cooxupé é, atualmente, a maior cooperativa de café do Brasil e exportou, somente no ano passado, 5,5 milhões de sacas para 51 países. Desde 2009, passou a ter uma forte atuação no setor de cafés finos, especiais e certificados, por meio da empresa SMC.
Faturamento: R$ 5,03 bilhões
Copacol
A Copacol tem uma história inusitada, já que surgiu da parceria entre um padre e de 32 agricultores migrantes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul para o Paraná. Na época, a cooperativa produzia feijão, arroz, milho e café. Hoje, com 6 mil cooperados, produz soja, milho e trigo como principais culturas, mais aves, suínos, bovinos de leite, peixes e ração animal. Somente no ano passado, foram abatidos 172 milhões de aves, 42 milhões de peixes (14,9 mil toneladas) e 335 mil suínos. Além disso, a cooperativa, que gera 10 mil empregos diretos, produziu 11,3 milhões de litros de leite.
Faturamento: R$ 5,6 bilhões.
As cooperativas são muito importantes para os produtores rurais no Brasil e está é apenas a primeira parte desse levantamento sobre as cooperativas agrícolas brasileiras. Acompanhe nosso blog não perca nenhuma informação quando lançarmos a parte 2.
Continue lendo a parte 2 do levantamento de cooperativas. Acesse aqui!
Referências
Pingback: As principais cooperativas agrícolas do Brasil e quanto faturam – Parte 2 - Sensix Blog