Blockchain no agronegócio: entenda o potencial desta  tecnologia digital para o setor, dos produtores aos consumidores

Tokens digitais, tokenização, smart contracts, criptografia, blockchain… Para muita gente, essas palavras não têm pé nem cabeça. Para outras, representam um conjunto de ideias e conceitos que dão um verdadeiro frio na barriga, seja porque parecem muito complexas ou porque não passam de uma “modinha” que invadiu o mundo digital nos últimos anos. 

Talvez você se encaixe em um desses grupos e, agora, esteja se perguntando: o que isso tem a ver com agronegócio? Seja como for, temos boas notícias. Primeiro, o tema – em  particular, blockchain, nosso foco aqui de hoje no Blog Sensix – não é nenhum bicho de sete cabeças. Segundo, ele tem tudo a ver com o agronegócio, já que carrega um potencial para o futuro que não se via há muito tempo.

Foi para explicar melhor essa relação e o potencial da tecnologia que criamos este artigo. Garantimos que você vai terminar a leitura enxergando os benefícios dela para nosso setor! Depois, que tal aproveitar para deixar sua opinião nos comentários? 

O que é blockchain? 

Como muitas tecnologias digitais, o blockchain pode ser complexo de entender para  quem não está habituado. Mas vamos tentar sintetizar a definição: basicamente, trata-se de uma tecnologia de registro distribuído (distributed ledger technology, em inglês) que toma a forma de um banco de dados descentralizado, isto é, um sistema que possibilita o armazenamento e a atualização constantes de informações compartilhadas entre diversos computadores e locais. Alguns de seus grandes atrativos são a segurança, transparência e imutabilidade dos dados. 

Como o próprio nome indica, o blockchain é um sistema de armazenamento de dados em blocos digitais. 

Como o próprio nome indica, o blockchain é um sistema de armazenamento de dados em blocos digitais.  Imagem: Reprodução/Imagem de hamidraza09 no Freepik. 

O blockchain funciona a partir de uma rede de máquinas que registra transações em  blocos ligados uns aos outros por criptografia, criando uma cadeia – daí o nome da  tecnologia. Os usuários têm acesso ao histórico dessas transações, não dependendo de  nenhuma figura centralizada que lhes conceda acesso. Além dos atrativos que acabamos  de citar, isso ainda corta custos e aumenta a proteção contra golpes.

Criada em 2008, a tecnologia tinha aplicação original ligada às Bitcoins (outro conceito  que faz muita gente revirar os olhos), sendo desenvolvida como uma possível forma de eliminar a necessidade de bancos em transações de criptomoedas. Mas ela se mostrou tão versátil que acabou extrapolando esse universo, e é aqui que entra o agronegócio

A aplicação do blockchain no agronegócio 

Agora que você já conheceu um pouco sobre o conceito e a história do blockchain,  listamos algumas aplicações que tornam a tecnologia tão promissora para o agronegócio.  Veja só: 

Aumentar a segurança da informação 

Como todos os registros em blockchain têm proteção por criptografia de ponta e são  altamente rastreáveis, os dados agrícolas inseridos no sistema em blocos ficam muito  mais seguros contra tentativas de golpes e fraudes. Isso também dificulta a falsificação de  produtos, que ganham um novo “selo de autenticidade” aos olhos dos consumidores. 

Tornar todo o processo de produção mais transparente 

Falando em autenticidade de informações e produtos, o blockchain possibilita que os  próprios consumidores monitorem todo o processo produtivo daquilo que levam às suas  mesas. Isso quer dizer que, além de mais tranquilos, eles podem ficar mais distantes de  commodities de procedência duvidosa. 

Automatizar contratos 

Lá no início, mencionamos os smart contracts. Esses contratos inteligentes automatizam  transações comerciais, como pagamentos ou entregas de produtos, tudo a partir de  condições definidas pelos usuários do sistema em blockchain. Essa automação acaba  com aquela dor de cabeça de pedidos atrasados, por exemplo. 

Simplificar o comércio, inclusive internacionalmente 

Ainda falando de transações, o blockchain facilita a vida de produtores que querem  expandir as fronteiras do comércio para além do Brasil. Quem deseja exportar suas  commodities pode, por exemplo, garantir a certificação e a rastreabilidade que os 

mercados internacionais demandam para autorizar a venda de produtos cultivados em  outros territórios. 

Tornar a gestão e o monitoramento agrícolas mais eficientes 

Uma das partes mais interessantes do blockchain é a possibilidade de integração do  sistema a outras tecnologias, como dados obtidos a partir de sensores baseados na  Internet das Coisas (IoT), drones e afins. Assim, fica muito mais fácil gerir e monitorar toda  a lavoura de maneira unificada – o que chamamos de smart farming

O blockchain facilita diversas práticas ligadas ao agro, possibilitando o que chamamos de smart farming

O blockchain facilita diversas práticas ligadas ao agro, possibilitando o que chamamos de smart farming.  Imagem: Reprodução/Imagem de Helen-HD no Freepik. 

Estas estão entre as principais aplicações da tecnologia, mas não são as únicas. E não  faltam provas dessa aplicabilidade: a China, por exemplo, soube reconhecer o potencial  do blockchain desde cedo. Isso levou o país a adotá-lo como ferramenta estratégica em  setores econômicos e sociais importantes, como o agro. 

Desafios do blockchain 

Quando falamos no potencial de tecnologias inovadoras, sempre precisamos tocar em  um ponto de tensão: os desafios que elas apresentam. E não é diferente com o 

blockchain, embora suas vantagens sejam muito mais numerosas que as possíveis  desvantagens. 

Em primeiro lugar, podemos citar a dificuldade de compreender o sistema,  principalmente por quem não está habituado ao mundo digital. Mesmo com conteúdos  como este, que explicam o funcionamento da tecnologia, é preciso pensar sempre em  formas de torná-la mais acessível para todos os interessados. 

Outro item que merece destaque é o potencial alto custo de implantação. Seja na forma  de compra de hardware e software ou na qualificação de profissionais que possam utilizá los, ainda há uma lacuna a ser preenchida aqui. 

A questão da burocracia jurídica representa mais um obstáculo em potencial. É que,  assim como tudo na era da internet, o blockchain ainda não está 100% regulamentado e  “pronto para uso” por qualquer pessoa. Mas não se preocupe: esses avanços certamente  estão a caminho! 

A Sensix também vê as vantagens do blockchain (e outras tecnologias) 

Aqui na Sensix, sabemos que o tema do blockchain e outras tecnologias correlatas é  vasto e merece toda a atenção. Foi por isso que convidamos Anderson Nacaxe,  especialista em tokenização, para explicar como ela está criando novas oportunidades  para o agronegócio. 

Anderson participou do Sensix Cast, videocast que disponibilizamos na íntegra em nosso  canal no YouTube. Confira: 

T2 | Ep.03 – Como a tokenização pode revolucionar o agronegócio – Anderson Nacaxe 

Nossa intenção em trazer o blockchain ao blog era não só apresentar o tema aos nossos  leitores, mas também reforçar uma ideia que sempre abordamos aqui: a melhor forma de  colher benefícios da tecnologia é colocá-la em prática com sabedoria, ética e  compromisso com o desenvolvimento do agro. 

E então, você se interessou pelo tema? Acredita no potencial do blockchain para sua  cadeia produtiva (ou para o agronegócio como um todo)? Conte nos comentários! 

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