Dólar e agronegócio: como as oscilações na moeda americana afetam um dos nossos principais setores

Se você acessar o Google Notícias a qualquer momento (literalmente) e fizer uma busca com o termo “dólar”, temos certeza de que vai encontrar matérias jornalísticas e relatórios financeiros publicados há menos de um dia sobre a valorização ou desvalorização da moeda norte-americana.

A economia move o mundo, e o mundo funciona à base dessa unidade monetária que é a linguagem franca de tantos países. O dólar impacta todos os setores da sociedade: indústria, turismo, tecnologia, educação, comércio exterior… E o agronegócio. Não tem como deixar nosso setor de fora!

Mas de que forma esse impacto acontece na prática? Como o aumento ou a queda no valor da moeda afeta os produtores agrícolas, dos pequenos aos gigantes? Em um cenário econômico tão instável, entender o assunto pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso de um negócio. E esse é o tema de hoje aqui no Sensix Blog! Neste artigo, você vai aprender mais sobre a oscilação do dólar e os efeitos indiretos e diretos na mesa do consumidor. Boa leitura!

Entendendo a oscilação do dólar

Não é exagero quando falamos que a oscilação do dólar afeta todos os setores da sociedade, como indústria, turismo, tecnologia e tantos outros. Praticamente qualquer coisa é capaz de contribuir com aumentos significativos ou quedas bruscas no valor da moeda.

Há poucos dias, em agosto, tivemos um exemplo de cunho político: a indicação do economista Gabriel Galípolo ao cargo de presidência do Banco Central, que levou ao aumento de 1% na cotação. Mas você quer algo mais simples? Basta conhecer uma das várias histórias de celebridades que manifestaram opiniões na internet e, por acidente ou não, influenciaram o mercado financeiro.

Para deixar o panorama da oscilação mais claro, este gráfico simples mostra como o dólar variou em valor nos últimos seis meses:

No último semestre, o dólar passou por uma tendência de queda que só não ocorreu em maio (quando ele se manteve estável) e junho (quando se valorizou)

De março até agosto, a cotação no início de cada mês variou pelos seguintes motivos:

  • Março: incertezas sobre a reforma administrativa no Brasil + recuperação econômica momentânea dos EUA
  • Abril: elevação da taxa Selic pelo Banco Central, atraindo investimentos estrangeiros
  • Maio: novas políticas econômicas no Brasil + expectativa do mercado sobre movimentações no Banco Central dos EUA
  • Junho: revisão positiva do PIB do Brasil
  • Julho: divulgação de dados econômicos sólidos dos EUA
  • Agosto: tensões políticas + expectativa de ajustes fiscais no Brasil

Como você pode ver, o valor que o dólar tem no início de um mês quase nunca é igual ao valor que tem no final. Agora, que tal descobrirmos que consequências isso (a valorização, em particular) gera para o agronegócio?

Aspectos positivos da valorização do dólar

A valorização do dólar produz benefícios importantes para o nosso agronegócio. O principal deles tem a ver com a exportação de commodities, já que nossos produtos – principalmente soja, milho, café, algodão e carne – passam a ter preços elevados e mais competitivos no mercado internacional. Quando o real está mais fraco em relação à moeda norte-americana, os lavradores brasileiros que negociam com o exterior recebem mais pela produção.

O aumento na receita gera outra vantagem: a redução nos custos de produção, especificamente na importação de certos fertilizantes e defensivos agrícolas. De modo geral, isso melhora a produtividade e a qualidade das commodities, tornando nosso agro ainda mais competitivo e sustentável.

E os aspectos negativos?

Se a valorização do dólar traz aspectos positivos, ela não deixa de ter suas desvantagens econômicas para o agro brasileiro. A mais relevante está no aumento dos custos de produção, sobretudo a importação de equipamentos e insumos (os mesmos que citamos antes, como defensivos agrícolas).

Outro aspecto que merece destaque é a influência da valorização do dólar na inflação do Brasil. Isso acontece porque produtos importados ficam mais caros, afetando a cadeia de suprimentos e, por consequência, o poder de compra da população média. Do ponto de vista do produtor, isso diminui a demanda e limita o rendimento.

2024, o ano do milho

Em 2024, a valorização do dólar favoreceu as exportações de uma commodity específica: o milho. Apesar de termos começado a ver isso na prática somente a partir de agosto, já podemos dizer que o fenômeno aumentou a competitividade do nosso milho no mercado internacional, contribuindo com o rendimento dos produtores.

Mas nem tudo são flores: com esse fortalecimento competitivo, veio também um impulso nos custos de produção em função de fertilizantes – uma vez que a maioria deles é importada. Ou seja, a margem de lucro fica reduzida… Apesar de estar maior que antes.

Fenômenos como esse mostram os lados positivos e negativos da dependência que a nossa economia tem do dólar americano. Tanto a valorização quanto a desvalorização da moda impõem desafios na mesma medida que trazem mais potencial de crescimento para os produtores e de consumo para a população em geral.

Em 2024, o aumento no valor do dólar favoreceu nossas exportações de milho. Imagem: Reprodução/Imagem do Freepik

Embora haja limitações no que podemos fazer a respeito das flutuações no dólar, o agro pode encontrar um equilíbrio entre os dois efeitos. Uma sugestão é que cada um busque formas de maximizar as oportunidades dessa oscilação e minimizar os riscos na produção. E de minimizar esses riscos a Sensix entende! Você pode contar conosco e nossas ferramentas, como o FieldScan, para otimizar ao máximo sua lavoura. Por aqui, continuamos sempre na torcida por quem produz e por quem consome!

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