Geoprocessamento na agricultura: especialista explica os impactos dessa prática

O geoprocessamento na agricultura é uma tecnologia que ajuda os produtores a otimizar o uso de recursos, monitorar a saúde das culturas e aumentar a produtividade de maneira sustentável.

Afinal, o geoprocessamento envolve a coleta, análise e interpretação de dados geográficos. Desse modo,utilizando ferramentas como Sistemas de Informação Geográfica (SIG), imagens de satélite e drones, o geoprocessamento permite mapear e monitorar a superfície terrestre de maneira detalhada e precisa.

Dessa forma, para compreender os impactos do geoprocessamento na agricultura, conversamos com o engenheiro florestal e inspetor de qualidade do time Sensix, Guilherme Tanaka.

Confira o que o especialista nos disse a seguir! 

O que é geoprocessamento? 

Geoprocessamento é uma disciplina da ciência geoespacial que utiliza tecnologias computacionais para coletar, armazenar, processar, analisar e apresentar dados espaciais. Esses dados incluem informações sobre a superfície terrestre e suas características, como relevo, recursos naturais, infra estruturas e fenômenos naturais ou artificiais. 

Em resumo, o geoprocessamento se configura como um conjunto de técnicas que são usadas para analisar dados espaciais, como explica Guilherme, na área das geociências, o geoprocessamento é a parte mais operacional, como criar modelos, armazenar, processar, dados de imagens em informações geoespaciais e analisar fenômenos geográficos.”

“Diferente do SIG que é a integração de um software e hardware com metodologias para que possa ser executado de forma conjunta, utilizando ferramentas do geoprocessamento. No SIG, nós conseguimos visualizar uma interface do programa em si, ou seja, O SIG está incluso dentro do geoprocessamento.” conta o engenheiro florestal. 

Geoprocessamento na agricultura: como se dá essa relação?  

Por desempenhar um papel crucial na monitorização e gestão de recursos naturais e na prevenção de desastres, o geoprocessamento permite a identificação de padrões e tendências espaciais que não seriam facilmente percebidos apenas com dados tabulares. Por conta disso, esta área da ciência está revolucionando o setor agrícola, trazendo benefícios econômicos e ambientais significativos.

As vezes tenho impressão de que o geoprocessamento foi feito para a agricultura, de tantas ligações que existem. O geoprocessamento colabora de forma significativa para a otimização agrícola. O uso de sensoriamento remoto com imagens de drone e satélites para monitoramento de regiões agrícolas de interesse, o mapeamento do solo, que agora é georreferenciado com um banco de dados de séries históricas contendo informações de textura, composição química e capacidade de retenção de água.” explica Guilherme. 

Além disso, o engenheiro florestal e inspetor de qualidade do time Sensix ressalta que, até os equipamentos agrícolas possuem ligações com as informações geoespaciais, como as colheitadeiras automáticas de cana-de-açúcar, que atuam em alta performance sem nenhum piloto para dirigir.

Quais os impactos do geoprocessamento na agricultura?

De acordo com Guilherme, os benefícios e perdas econômicas são mensuráveis, pois o produtor possui identificação das suas possíveis perdas, e assim consegue planejar de uma melhor forma a gestão dos recursos. 

Além disso, com a diminuição da aplicação de insumos agrícolas em excesso, como defensivos de pragas, os solos e as águas são menos afetados. E, é possível diminuir o impacto da microfauna e microflora, explica Guilherme Tanaka. 

Desse modo, como vimos anteriormente no Blog Sensix, a agricultura moderna enfrenta desafios crescentes, como a necessidade de aumento na produtividade, e a garantia de práticas sustentáveis. Nesse contexto, o geoprocessamento emerge como uma ferramenta essencial para os agricultores. 

“O principal benefício do uso do geoprocessamento na agricultura, seria a quantidade de certeza e precisão de dados, além do armazenamento histórico desta gestão de atributos bióticos e antrópicos.” explica Guilherme. 

Pois, antes da tecnologia, o produtor fazia tudo de forma muito generalizada e não calculada. Por exemplo, uma aplicação de herbicida ou defensivo agrícola eram utilizados em quantidades muito altas e desnecessárias, prejudicando o meio ambiente, e afetando seu retorno financeiro

Assim, como ressalta Guilherme, “hoje em dia, temos diversos meios de impedir que esses desperdícios aconteçam, com a tecnologia de geoprocessamento sendo uma aliada fundamental no desenvolvimento agrícola. Até porque, existe a pressão do mercado externo, países vizinhos e até mesmo de nós mesmos: não consumimos mais como as gerações passadas, temos uma visão de preservação maior com o planeta. Queremos produtos que não afetam os animais e plantas, com baixas quantidades de resíduos fitossanitários, áreas de produção que possuem zonas de preservação, e tudo isso já é observado pelos compradores e consumidores hoje em dia.” finaliza o especialista.

Geoprocessamento na Sensix 

A Sensix tem se destacado no setor de tecnologia agrícola, oferecendo soluções inovadoras que otimizam as operações no campo. Com a crescente demanda por práticas agrícolas mais eficientes e sustentáveis, a necessidade de soluções tecnológicas relacionadas ao geoprocessamento são muitas.

Por exemplo, um grande destaque é a automatização da colheita de cana de açúcar com mapas de linhas de colheita que se produz diariamente na Sensix. “Uma tecnologia aliada com geoprocessamento que nos permitiu uma melhor otimização do espaço agrícola e geográfico.” comenta Guilherme.

Além desse exemplo, o  engenheiro florestal destacou outro benefício das soluções da Sensix. “A análise de nematoides no solo, particularmente (e coloco aqui um cunho pessoal pela minha experiência), é sem dúvidas um dos produtos que mais me surpreende, pelo fato de que o nematoide fica no solo, e não sendo visível por satélite, com as amostras coletadas em solo pelo produtor, é possível localizar as áreas onde há contaminação do verme de solo na fazenda.”

E, por último, mas não menos importante, Guilherme também ressalta a importância do monitoramento remoto. “O monitoramento constante da constelação de satélites como Sentinel-2 dentro do Fieldscan também é surpreendente. A escala de tempo provavelmente vai impactar nas resoluções espaciais de satélites, o resultado será uma maior qualidade. Para exemplificar, hoje temos satélites com imagens 10×10 como o Sentinel e, futuramente, podemos ter algum 3×3, substituindo os drones.” 

Guilherme Tanaka, especialista em Geoprocessamento na agricultura

Lembrando que, a Sensix possui todas as etapas de processamento do plantio do produtor, desde o começo até o fim. Dessa forma, o produtor pode solicitar mapas de análises de solos, antes de começar a plantar. Durante o plantio, tem a possibilidade de análise das imagens de índices espectrais de satélites. E, até o fim da colheita, ele pode e deve usar os mapas que geramos para tomar decisões mais assertivas e antecipadas.

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*Guilherme Tanaka é engenheiro florestal formado pela Universidade Federal de Uberlândia, onde atualmente cursa pós-graduação stricto sensu em Agricultura e Informações Geoespaciais. Desde 2021, atua na área de agricultura de precisão e possui um vasto histórico de experiência em geoprocessamento, iniciada em 2017. 

Com três anos de monitoramento de plantios agroecológicos e estudos sobre a dinâmica das paisagens no Cerrado, ele também possui experiência com sementes de Moringa Oleifera e participou de projetos importantes com tecnologia LiDAR. Além de sua carreira técnica, Guilherme foi professor em um cursinho popular durante sua graduação, demonstrando seu compromisso com a educação e o compartilhamento de conhecimento.

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