Seja por uma preocupação com a saúde, um compromisso de proteger os animais ou outros motivos, o consumo de carne no Brasil e no mundo está em tendência de queda. Uma pesquisa realizada pelo The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil) apontou que 67% dos brasileiros reduziram esse consumo entre 2022 e 2023, sendo que 47% dessas pessoas se mostraram dispostas a diminuir ainda mais a partir deste ano.
Essa tendência acompanha outra, à qual é inversamente proporcional: o aumento da adoção do vegetarianismo, veganismo e outras práticas alimentares que não contêm produtos de origem animal. O extinto Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), por exemplo, chegou a estimar que o Brasil possui 30 milhões de vegetarianos, 7 milhões dos quais seriam veganos.
Mas como garantir uma alimentação rica em nutrientes eliminando a carne? Uma das respostas está no grão-de-bico, leguminosa altamente popular em função da variedade em possibilidades de consumo e por ser uma rica fonte de proteínas, minerais, fibras e mais. E é disso que falamos hoje aqui no Sensix Blog!
Conhecendo mais sobre o grão-de-bico
Representante da família das leguminosas, o grão-de-bico tem suas origens associadas à região da Turquia, onde foi domesticado para cultivo por volta de 6500 a.C. antes de se expandir para a Índia e partes da Europa.
E é justamente a Índia que ocupa o posto de líder na produção mundial, sendo seguida por países como Austrália, Etiópia, Turquia e Mianmar – embora fontes diferentes tragam listas levemente divergentes, de acordo com fatores como a safra. Para você ter ideia, em 2021, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) calculou um volume produtivo de 11.910.000 toneladas somente no país-líder.
Maiores produtores de grão-de-bico em 2021 | ||
# | País | Produção em toneladas |
1 | Índia 🇮🇳 | 11.910.000 |
2 | Austrália 🇦🇺 | 876.468 |
3 | Etiópia 🇪🇹 | 478.211 |
4 | Turquia 🇹🇷 | 475.000 |
5 | Mianmar 🇲🇲 | 467.340 |
6 | Rússia 🇷🇺 | 316.840 |
7 | Paquistão 🇵🇰 | 233.934 |
8 | México 🇲🇽 | 171.967 |
9 | Irã 🇮🇷 | 168.142 |
10 | Estados Unidos 🇺🇸 | 129.770 |
Os maiores produtores de grão-de-bico em 2021. O Brasil está muito abaixo, fora do top 30. Mas há incentivos para mudar isso! Fonte: FAO (2021)
Só em 2022, foram colhidos cerca de 14 milhões de toneladas de grão-de-bico no mundo. E esse volume foi muito bem aproveitado, considerando a extensa lista de benefícios da leguminosa. Veja alguns dos principais:
- Baixo índice glicêmico: o grão-de-bico libera açúcar no sangue gradualmente, ajudando a regular a glicemia e proporcionando energia por um período mais prolongado.
- Alto teor de proteínas vegetais: o grão-de-bico é uma ótima fonte de proteínas vegetais. Isso o torna ideal não só para vegetarianos e veganos, mas também para pessoas que buscam alternativas à proteína animal.
- Alto teor de vitaminas e minerais: o grão-de-bico contém diversos minerais e vitaminas fundamentais para o organismo humano, como ferro, potássio, zinco, magnésio e vitaminas do complexo B.
- Alto teor de fibras: o grão-de-bico é altamente fibroso, ajudando a regular a saúde digestiva e até reduzir o colesterol LDL.
- Sensação de saciedade: por conter altos teores de proteínas, vitaminas, minerais e fibras, o grão-de-bico dá a sensação de saciedade. Como consequência, também auxilia no controle do peso.
Apesar de o cultivo do grão-de-bico ainda ser tímido no Brasil, com a estimativa de que nós produzimos uma média de 3 a 4 mil toneladas por ano, há muito espaço para o mercado crescer – desde que sejam feitos os ajustes necessários em condições como solo e temperatura. Continue a leitura para saber mais!
É possível produzir (bem) no Brasil
Por um lado, o grão-de-bico exige algumas adaptações para ser cultivado. Por outro, ele é altamente adaptável, o que facilita bastante a vida de quem quer começar a produção. De modo geral, a leguminosa precisa de solos ricos em nutrientes e matéria orgânica, não tolerando a exposição a muita água e teores de sal elevados (ou seja, o pH tem que estar entre 6,0 e 7,5).
Com porte de herbácea, o grão-de-bico atinge uma altura média de 60 cm. Isso quer dizer que o espaço ideal para o plantio é de 40 cm entre as linhas de sementes e 15 cm entre as plantas. Em termos de temperatura, o intervalo mais adequado fica entre 25 °C e 30 °C para o cultivo e 20 °C e 30 °C para a germinação – ou seja, o fim do verão e o início do inverno são as melhores épocas para produção, considerando que esses intervalos ficam mais comuns na estação chuvosa.
Todo esse processo pede também práticas agrícolas que envolvem o preparo do substrato, o manejo da irrigação e o controle de pragas e doenças. Aqui, temos mais uma vantagem: além de não demandar tanta água (embora ainda precise de determinado volume, é claro), o grão-de-bico exige menos insumos que outras culturas.
Também é importante falar das variedades. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNH), dois grupos de grão-de-bico se destacam para exploração no nosso território: Desi e Kabuli. E organizações brasileiras, como a Embrapa Hortaliças, também vêm desenvolvendo variedades próprias e mais adeptas às nossas condições naturais.
Essas são algumas das adaptações necessárias para o sucesso do grão-de-bico no país. Tomadas as medidas necessárias, os produtores podem iniciar a colheita em uma média de 90 a 120 dias após o plantio!
Para facilitar e otimizar a produção nacional de grão-de-bico, basta fazer algumas adaptações em solo, temperatura e outras condições. Imagem: Reprodução/Imagem de timolina no Freepik
FieldScan: mais um facilitador para o cultivo de grão-de-bico
Assim como falamos recentemente sobre como a Sensix pode contribuir com a produção de cachaça no Brasil, hoje queremos destacar o potencial de reforçar a produção de grão-de-bico. Isso acontece através do FieldSCan, ferramenta que desenvolvemos para potencializar o plantio e dinamizar o cultivo da leguminosa e várias outras culturas.
Para você lembrar algumas funções do FieldScan:
– Geração de imagens por satélite e drone para monitorar as condições de plantio (solo, clima e afins).
– Detecção e quantificação de falhas no plantio da cana, o que permite determinar o nível crítico para replantio com mais precisão.
– Uso mais eficiente de recursos hídricos em resposta à variabilidade das chuvas na região de cultivo.
– Otimização da produção e redução das perdas por meio de linhas de colheita e mapas de restituição associados a equipamentos automatizados.
E lembramos também que o FieldScan pode fornecer insights em tempo real, otimizando a tomada de decisões ligadas à plantação. Mais um incentivo para nossos produtores considerarem o grão-de-bico como cultura viável e promissora!
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