O inverno chegou e as baixas temperaturas também, e o frio e a geada são fenômenos que causam preocupação nos agricultores, principalmente os que produzem cana-de-açúcar, pois a mudança no clima pode gerar prejuízos.
Por exemplo, a geada na cana-de-açúcar causa a ruptura das células dos tecidos, resultando no congelamento do suco celular. E, essa preocupação acontece com maior frequência na cana de ano e com a cana que foi cortada na safra anterior.
Dessa forma, é preciso cuidar do canavial para proteger a cana de açúcar, mas como fazer isso de forma assertiva e eficiente? Com tecnologia. Abaixo vamos te explicar melhor, boa leitura!
Histórico da cana-de-açúcar no Brasil
Desde o início do século XX, a cana-de-açúcar já era um dos top produtos brasileiros por causa da produção na região nordeste. Concentrada principalmente nos estados de Pernambuco e Alagoas, as usinas nordestinas eram responsáveis por toda a exportação de açúcar e supriram todo o consumo dos estados da região sul/sudeste.
Contudo, durante a Segunda Guerra Mundial o estado de São Paulo aumentou seu potencial de produção, e a partir daí, nos dez anos subsequentes, a produção se multiplicou e na década de 1950, os paulistas eram os maiores produtores do Brasil.
Em 1975, com a criação do programa PROÁLCOOL – programa governamental de incentivo à produção de etanol – a produção de cana-de-açúcar foi distribuída em outras regiões.
Nos dias atuais, houve um aumento na produção de cana-de-açúcar no país. De acordo com o 3º Levantamento da Safra 2023/24 da cultura, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção pode chegar a 677,6 milhões de toneladas. Isso quer dizer que um novo recorde na série histórica da cana-de-açúcar pode acontecer!
A principal região produtora de cana é o Sudeste e o estado de São Paulo, se destaca, registrando o maior volume a ser colhido da safra.
Como funciona uma geada?
A geada é um fenômeno natural que consiste na queda das temperaturas durante a noite, causando o resfriamento do ar, formando uma fina camada de gelo na plantação. Desse modo, ela causa a ruptura das células dos tecidos e o congelamento do suco celular.
Nesse sentido, uma forma de reverter essa ação é fazer a adubação potássica para minimizar os danos.
Atualmente, a ocorrência das geadas vem aumentando no Brasil devido às diversas instabilidades climáticas. Uma explicação para isso é o La Niña, evento climático que causa a queda das temperaturas.
Ou seja, é importante que os canaviais estejam protegidos e os produtores preparados para enfrentar as geadas sem prejuízos.
Quais os impactos da geada na cana-de-açúcar?
Como falamos, os danos da geada na cana-de-açúcar afeta o desenvolvimento da cultura, pela ruptura das células dos tecidos e o congelamento do suco celular.
Desse modo, pode acontecer a queima da folha, a morte da gema apical e a morte de todas as gemas laterais. Assim, as partes afetadas adquirem uma aparência aquosa, quando a temperatura começa a subir e em pouco tempo tornam-se focos de infecções por fungos e bactérias.
Contudo, como há geadas menos intensas, pode ser que os danos sejam menores, porém, os impactos, por si só, já causam prejuízos relevantes. Por exemplo, quando morre apenas a gema apical, as gemas que não foram danificadas brotam e geram uma cana com pontas múltiplas ou “envassouradas”. O que, não inviabiliza a planta, mas a qualidade e a produtividade não são as mesmas.
Como o FieldScan pode auxiliar o manejo da lavoura e apurar os impactos das geadas na cana-de-açúcar?
Após 10 dias da incidência da geada é que o produtor consegue mapear e levantar o início dos danos. Até porque é necessário entender o problema e o que é preciso ser feito para reverter o quadro.
Desse modo, a tecnologia pode ser uma grande aliada nessa etapa. O FieldScan, por exemplo, plataforma desenvolvida pela Sensix que agrega dados de sensoriamento remoto, histórico e dados amostrais locais, por meio de algoritmos inteligentes, consegue fornecer uma visão 360° sobre diversos aspectos de variadas produções, como os impactos da geada na cana-de-açúcar.
Ou seja, com o FieldScan é possível fazer o manejo da lavoura e consolidar as informações de fertilidade, compactação, estande, plantas daninhas, imagens de satélite e drones, chuva e colheita, entregando processos automatizados e ROI em uma única ferramenta.
Além disso, a ferramenta proporciona uma visão abrangente sobre todo o processo produtivo ao correlacionar dados obtidos a partir de fontes remotas diversificadas, como leituras de drones, satélites, sensores e outros equipamentos tecnológicos; assim como amostras coletadas do solo e medições de chuvas e colheitas.
Na sequência, ela consolida e padroniza essas informações, sendo capaz de identificar os pontos críticos anteriores ao cultivo, ao identificar áreas do solo que mais precisam de ações corretivas para otimizar a fertilidade e a produtividade.
Assim, a plataforma consegue fornecer uma análise completa para que o agricultor tome decisões mais conscientes e responsáveis.
Como utilizar o FieldScan na cana geada?
Bom, para analisar os prejuízos e possíveis planos de ação é necessário, quantificar os canaviais atingidos e utilizar o FieldScan para monitorar e coletar os dados da plantação.
Assim, nas áreas com danos leves, os sinais podem começar a aparecer depois de 45-50 dias. Agora, nas áreas com danos severos, a deterioração começa em até 10 dias.
Dessa forma, após a coleta de dados, é necessário categorizar os danos em diferentes graus. Para isso, utiliza-se a técnica de Nilceu Piffer Cardozo, baseada em trabalhos científicos de referência.
São eles:
- 1º grau: menos prejudicial, o primeiro grau ocorre quando as plantas são expostas a temperaturas acima dos 5ºC. Dessa forma, as folhas afetadas apresentam uma coloração violeta azulada.
- 2º grau: expostas a temperaturas entre 0ºC e 2ºC, no segundo grau acontece a queima ou dessecação das folhas, mas sem a morte da gema apical.
- 3º grau: com temperaturas inferiores a 0ºC, no terceiro grau ocorre a morte da gema apical, dano irreversível deixando a folha com aparência aquosa.
- 4º grau: acontece quando a temperatura da geada fica entre -2ºC e -3ºC. Aqui acontece a morte da gema apical e das gemas laterais próximas ao topo da planta. Nesse caso, a planta fica mais suscetível a infecções por fungos e bactérias.
- 5º grau: ocorre quando a cana-de-açúcar fica exposta por bastante tempo a temperaturas abaixo dos -3,5ºC. Assim, acontece a morte de todas as gemas da planta (apical e laterais) e a deterioração dos tecidos vegetais tende a ser ainda mais rápida.
- 6º grau: no 6º grau, a planta é exposta a temperaturas próximas ou inferiores a -6°C. Nesse caso, ocorre a rachadura dos colmos por causa do congelamento do líquido celular.
Portanto, para monitorar as crises climáticas e auxiliar no manejo assertivo da geada na cana-de-açúcar é imprescindível o uso de tecnologias para reverter alguns prejuízos.
Nesse sentido, se você está preocupado com o inverno, fale com a gente e solicite uma demonstração do FieldScan, tecnologia promissora para o setor agrícola em 2024.
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