garrafa de cachaça brasileira sobre uma mesa

Mais que um destilado, um patrimônio histórico e cultural brasileiro: conheça um pouco mais sobre a cachaça

Certas coisas são imediatamente associadas ao Brasil: o Cristo Redentor, a onça-pintada, a camiseta verde e amarela, a bossa nova… E a cachaça, também conhecida como pinga (apesar de haver diferenças). É curioso pensar em um destilado como parte tão integral da história de um país, mas não dá para negar e nem diminuir a importância dessa bebida para a nossa cultura.

Derivada da cana-de-açúcar, a cachaça é o principal destilado consumido no país e o terceiro no mundo – seja na sua forma pura ou como ingrediente de outras bebidas queridinhas, como a caipirinha. Seus números reforçam essa ideia: com uma produção anual média de 1,3 bilhão de litros, sendo cerca de 75% originados da fabricação industrial e 25% da artesanal, ela movimenta surpreendentes R$15,5 bilhões a cada ano.

Um produto tão relevante assim merece ser foco em um artigo aqui no Sensix Blog. E é disso que vamos falar hoje!

Da descoberta acidental ao principal destilado do Brasil

Assim como falamos recentemente sobre o café e o milho, a história da cachaça anda lado a lado com a própria história do Brasil. Descoberta acidentalmente por escravos em engenhos de açúcar no século XVI, por muito tempo ela foi associada a um baixo status social – afinal, as classes mais abastadas preferiam bebidas como os vinhos europeus. Inclusive, a cachaça chegou a ser utilizada como complemento à alimentação dos escravos e até de animais.

À medida que os engenhos de cachaça tomaram o Brasil, a Corte Portuguesa proibiu a sua produção devido ao espaço que ela foi tirando de outros produtos, em especial a bagaceira portuguesa (aguardente obtida a partir do bagaço da uva que era trazida da Metrópole).

Já no século XVII, a proibição deu lugar à taxação, que por sua vez inflou um movimento conhecido como Revolta da Cachaça: a resistência à dominação dos colonizadores sobre um produto feito na colônia.

Foi nos séculos XIX e XX que a cachaça conquistou todas as classes sociais, mesmo ainda enfrentando o preconceito e até o boicote de parte da sociedade que aspirava se aproximar do estilo de vida europeu.

Daí, pulamos para a Semana de Arte Moderna de São Paulo, em 1922: foi só nesse evento histórico que a cachaça voltou a ser vista como um dos produtos fundamentais do Brasil, sendo escolhida como bebida oficial de um evento que valorizava as ideias e a identidade brasileiras.

O resto é história: nos últimos cem anos, a cachaça felizmente vem sendo alçada a um patamar cada vez mais alto. Uma conquista mais que merecida!

Foram escravos em engenhos de açúcar que “descobriram” a cachaça como derivado da cana. Imagem: Reprodução/Imagem de wirestock no Freepik

A produção da cachaça em 6 etapas simples

A forma mais resumida de definir o processo de produção da cachaça é dizer que ela é obtida a partir da destilação e fermentação do melaço da cana-de-açúcar.

Mas é claro que há uma série de etapas, tanto no setor industrial quanto nas destilarias artesanais espalhadas pelo Brasil – que, apesar das suas particularidades, diferem basicamente em escala e no maquinário envolvido.

Confira as etapas do processo:

O processo de produção da cachaça em 6 etapas simplificadas

Você quer mais uma provas da importância da cachaça para a economia brasileira? Pois saiba que ela é fabricada em todos os nossos estados, inclusive aqueles onde o cultivo de cana-de-açúcar é pouco favorável.

Os principais produtores em escala industrial são São Paulo (com 45% do volume total), Pernambuco (com 12%), Ceará (11%), Rio de Janeiro (8%) e Minas Gerais (também 8%). Já em escala artesanal, a liderança da produção se concentra em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Exclusivamente brasileira por Lei

Considerando a importância social, histórica e econômica da cachaça, não é à toa que existem Decretos e Portarias que a tornam genuinamente brasileira e impõem um padrão de qualidade a ser seguido.

É o caso do Decreto no. 4.062, instituído em 2001, que define a cachaça como indicação geográfica brasileira. Ou seja, somente produtores estabelecidos no nosso território têm autorização para fabricar a bebida e até mesmo utilizar termos como “cachaça”, “cachaça do Brasil” e afins na comercialização.

Além disso, a Portaria no. 539 do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), estabelecida em 2022, instituiu um Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) de toda a cachaça comercializada no território nacional.

Medidas assim visam a proteger o que é, de fato, um produto essencial para a  nossa cultura como um todo. E são formas de mostrar que uma das bebidas alcoólicas mais consumidas e adoradas por todo o mundo vem do Brasil.

Infelizmente, nem tudo segue o que é indicado por Lei. A produção clandestina de cachaça no país também é forte, com uma estimativa de que aproximadamente 85% das destilarias artesanais atuem de forma ilegal – ou seja, sem registro no MAPA.

Essa produção clandestina é perigosa. Sem a fiscalização das autoridades, há um sério risco de que o processo passe por algum tipo de alteração, como teores alcoólicos muito acima dos recomendados ou permitidos. Isso reforça a importância de sempre buscar marcas confiáveis e que sigam todos os procedimentos padrão!

A produção da cachaça precisa seguir padrões rigorosos definidos pelo MAPA, mas que nem sempre são atendidos. Imagem: Reprodução/Ministério da Agricultura e Pecuária

A Sensix e o FieldScan também podem contribuir com a produção de cachaça

Agora que já deu para conhecer um pouco mais sobre a cachaça e a relevância dela para a nossa cultura e economia, que tal conhecer formas de otimizar a produção da cana-de-açúcar que serve de base para o destilado?

É aqui que entra a Sensix. Como você nos acompanha e sabe, somos uma empresa inovadora no setor agrícola. Em meio às várias maneiras de auxiliar pequenos e grandes produtores, destacamos o FieldScan, ferramenta que desenvolvemos para potencializar a produção agrícola em suas diversas formas.

O FieldScan possui recursos que otimizam o plantio, a manutenção e a colheita da cana-de-açúcar. Veja alguns exemplos:

– Geração de imagens por satélite e drone para monitorar as condições de plantio (solo, clima e afins).

– Detecção e quantificação de falhas no plantio da cana, o que permite determinar o nível crítico para replantio com mais precisão.

– Uso mais eficiente de recursos hídricos em resposta à variabilidade das chuvas na região de cultivo.

– Otimização da produção e redução das perdas por meio de linhas de colheita e mapas de restituição associados a equipamentos automatizados.

Sem contar que o FieldScan é capaz de fornecer insights em tempo real, o que dinamiza a tomada de decisões ligadas à plantação. Em larga escala, isso quer dizer que a produção de cana-de-açúcar – e, por consequência, de cachaça – não é comprometida!

A missão é manter vivo o legado da cachaça

Hoje, vimos aqui que a cachaça tem o seu lugar na história e no DNA do Brasil. Mais que um destilado, ela é um verdadeiro patrimônio cultural e merece ser celebrada pela sua grande contribuição com a nossa economia – e a felicidade daqueles que gostam de uma dose de vez em quando (com moderação, claro)!

E não se esqueça de que a Sensix está sempre a postos para contribuir com a produção de cana-de-açúcar. Seja por meio do FieldScan ou de consultorias, pequenos e grandes produtores podem contar conosco para manter vivo o legado dessa bebida!

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